Uns minutos depois de ter marcado dois golos no Dragão, o Benfica libertou um vídeo de Lima em que o avançado desejava boas festas aos adeptos. O timing foi tudo menos inocente. O vídeo estava gravado, claro. Colocá-lo naquele momento foi uma forma de sublinhar o feito que o clube acabara de conseguir em casa do maior rival. Não terá sido a mais subtil forma de comunicar e seguramente não foi uma das maiores demonstrações de saber ganhar. Mas alguma eficácia terá tido ou não estaria a escrever sobre isso agora.
 
 


Derrotado no campo, onde realmente mais interessa, a verdade é que o FC Porto já tinha vencido este campeonato da comunicação de Natal, com um vídeo muito bem conseguido. Talvez no limite do lamechas, dirão os adeptos menos sensibilizados pelo clima da época. Mas bom, sem dúvida bom.



Os valores estão lá, a relação entre equipa e adeptos é o traço mais forte.

No dia do Clássico, o Sporting escolheu um registo bem menos natalício, mas também não ficou fora do jogo. O seu público deve ter gostado. Os benfiquistas nem por isso.
 
 


Os jornalistas estão cada vez mais distantes dos jogadores, mas os clubes nunca comunicaram tanto como agora. Criaram departamentos de media e utilizam as ferramentas da época: televisões, sites, revistas e sobretudo as redes sociais, onde têm mais seguidores do que qualquer marca de comunicação social.

O vídeo produzido pelo FC Porto para este Natal é um produto de qualidade mundial. Passem pelas páginas de Facebook de diversos clubes e comparem. Mas claro que nestas coisas não existe apenas uma forma de fazer bem.

Como todos nós, hoje em dia o principal e mais complicado objetivo é captar a atenção.

Isso pode ser conseguido com uma produção cuidada. Mas também de forma mais simples e direta.

O Bayern Munique chegou lá assim.



O Arsenal preferiu a música,



O QPR também.



O Manchester City, por exemplo, mantém Kolarov no plantel só para continuar a ser o melhor do mundo em vídeos de Natal e coisas do género. Como se pode ver no exemplo junto e já agora também aqui.

O Real Madrid tem Ronaldo, não precisa de fazer mais do que mostrá-lo à mesa com o presidente, descontraídos.
 
 


O Barcelona já fez isto melhor.



Parece o Real Madrid de há dois anos, ainda se lembram?

Mas, claro, se pensa que isto é só espírito de Natal e comunhão entre jogadores e adeptos, pense outra vez. No Natal, nós compramos, eles vendem (e nem deixam que nos esqueçamos disso, certo?). Por vezes nem sempre os melhores produtos, como poderá ver nesta galeria do jornal inglês «The Independent», um verdadeiro teste de resistência ao mau gosto. Aguenta?