Nos últimas partidas, e face às lesões que Hilário e Belman sofreram, o suíço Diego Benaglio agarrou, e bem, a oportunidade de ser titular na baliza do Nacional. Em 180 minutos não sofreu qualquer golo e durante a pausa de calendário, na viagem que fez pela Irlanda, ao serviço da selecção de sub-21 suíça, voltou a brilhar. Mas afinal quem é este jovem «gigante» que começa a dar nas vistas na Liga portuguesa?
Já esteve na Alemanha, tendo feito apenas um jogo oficial, para a Taça UEFA, ao longo de três temporadas no Estugarda. A Madeira chamou-o e à 5ª jornada teve o seu dia de sorte. Já defendeu até uma grande penalidade e agora espera continuar a ser titular. Manuel Machado tem a palavra.
O futebol apareceu cedo na sua vida: aos 10 anos já dava os primeiros toques na bola no FC Spreitenbach, passando depois para o FC Baden. Só por divertimento. Na sua família, o pai, Bruno, jogou futebol como guarda-redes semi-profissional. O irmão mais velho é jogador de golfe. Para começar uma carreira desportiva, Benaglio estreou-se no ténis. Até que o seu treinador conversou com o pai e aconselhou-o a tentar o futebol, por ser «mais seguro em termos profissionais». O jovem gigante experimentou e gostou: «nunca mais voltei ao ténis», lembra.
Era grande, e como tal o seu treinador achava que «poderia marcar muitos golos de cabeça lá na frente do ataque». Mas um dia, numa partida o seu companheiro de equipa que jogava à baliza lesionou-se. «O treinador olhou para mim e disse: não há mais ninguém, como és o mais alto, vais para a baliza». Convenceu quem o viu jogar e daí em diante, até ao Grasshoppers, foi um pulinho de sucesso. Foi ao serviço dos gafanhotos que chegou, muito cedo, à selecção helvética. Aos 15 anos foi internacional pela primeira vez e dai para cá já contabiliza 70 internacionalizações nos diversos escalões, 40 das quais nos sub-21.
Dia de sorte
Aos 22 anos, Diego Benaglio já teve o seu dia de sorte, conforme confessou. Face às lesões de Hilário e Belman no jogo com Sporting as portas da titularidade no Nacional abriram-se. «Tive o meu dia de sorte no azar dos meus companheiros. Mas sei o que eles sentem, também já estive lesionado. Trabalho sempre para poder corresponder ao que o treinador deseja. Tenho uma concorrência forte, pois o Hilário e o Belman são muito bons». As coisas têm corrido bem, em termos individuais. O colectivo tsmbém se recomenda, com a liderança repartida ao fim de sete jornadas.
«Temos um excelente grupo, com grande espírito de equipa. Tudo tem corrido bem e jogamos bom futebol. Espero que consigamos manter este nível», revelou. E lembrou: «Só fiz os dois últimos jogos mas espero continuar. O técnico é quem vai decidir».