A Figura: Pepe

Que pena o segundo golo da Dinamarca! Até aí tinha sido enorme, poderoso! Só podia ser dele o primeiro golo de Portugal na prova. À semelhança, aliás, do que já sucederam contra a Turquia no Euro2008. O cabeceamento é fabuloso e a forma como procura a bola também. Recuperou bolas atrás de bolas, meteu a cabeça onde alguns temem meter o pé, ganhou praticamente todos os lances em que esteve envolvido. Beija o emblema, sente o país, é um exemplo de abnegação. Portugal precisa deste Pepe concentrado e sereno até ao fim do torneio.

A Desilusão: Cristiano Ronaldo

Não pode de modo algum falhar os dois golos que falhou. Duas vezes na cara do guarda-redes, duas finalizações desastradas. Mal, muito mal. Um pormenor: porquê tanto enfado perante os erros dos colegas? Cristiano não erra? Outro mais: nunca acompanha o lateral contrário, por que motivo? Um capitão tem de ser o primeiro a apoiar.

Rui Patrício

Mais intranquilo do que no jogo de estreia. Escorregou duas vezes, em lances simples, e pareceu ficar afetado por essa infelicidade. Nada podia fazer nos golos da Dinamarca.

João Pereira

Krohn-Dehli surge nas suas costas a cruzar para o golo de Bendtner. Podia e devia ter abordado a movimentação da bola e do oponente de outra forma. Ainda assim, melhor no apoio ao ataque.

Bruno Alves

Abdicou da marcação a Bendtner, a jogada prosseguiu e o ponta-de-lança dinamarquês encostou de cabeça para o golo. Completamente sozinho. Fica ligado a este lance. No restante esteve impecável.

Fábio Coentrão

Claramente por cima no duelo frente ao veterano Rommedahl. Mais pernas, mais ânsia, mais garra. Teve cabeça para gerir bem esforço, entregar a bola jogável e não cometer erros. Bom jogo, mais um.

Miguel Veloso

Não está em causa a qualidade tática ou o conhecimento tático da posição. Está o ADN de características que dificilmente encaixam na posição-seis. Não morde os pés ao homem a marcar, não lhe sopra ao pescoço. É importante na fase de construção, sim. Talvez seja essa a pretensão de Paulo Bento.

João Moutinho

Além do canto no primeiro golo, teve o condão de vestir o venial papel de maestro. A receber, a tocar, a desmarcar, este é o futebol de João Moutinho. Quer assumir-se como patrão do meio-campo. Faz muito bem.

Raul Meireles

Tem de intervir mais no jogo, ter mais bola, surgir em espaços próximos da área contrária. Está a limitar-se à receção e ao (bom) passe, quando a equipa precisa de mais. Uns furos abaixo de Moutinho, novamente.

Nani

Mais solto e mais disponível desta vez. Belo pormenor aos 53 minutos, a trocar os olhos a Simon Poulsen antes de arriscar o remate. Jogo positivo, entusiasmado, comprometido. A assistência a isolar Cristiano Ronaldo, aos 77 minutos, é de mestre.

Hélder Postiga

Faz história e silencia, por ora, as vozes acintosas. Primeira parte fantástica. A proteger a bola, a combinar com os colegas e a chegar ao golo sacralizado num pontapé fortíssimo. Tornou-se no sexto jogador a marcar em Europeus diferentes (2004, 2008 e 2012). Só Henry, Smicer, Nuno Gomes, Klinsmann e Ibrahimovic o haviam conseguido.

Nélson Oliveira

Tem, realmente, condições para ser um avançado de exceção. Fortísssimo na receção e no arranque. Procurou a triangulação com os colegas e fez um bom remate.

Silvestre Varela

Herói nacional por uma noite: consumou o golo que desperdiçara na cara de Manuel Neuer.

Rolando

Importante na defesa final à baliza de Rui Patrício.