Diogo Tavares foi um dos campeões de juniores que abandonou o Sporting no final da época passada. Oito anos depois de ter chegado ao clube leonino o avançado não aceitou as condições propostas pelos leões e decidiu sair para o Génova. Ao Maisfutebol, o jovem de 19 anos diz que a razão que o levou a recusar a renovação contratual foi o facto de estar ciente que tinha lugar na equipa orientada por Paulo Bento.
«O Sporting fez uma proposta, mas estava decidido a vir para fora. Queria ter uma nova experiência e fiz a opção certa. A opção do Sporting era emprestar-me a um clube da II Divisão. Não queria que eu fosse para a equipa principal. Achei que o melhor era vir para fora, e as pessoas que me são mais próximas também consideraram que era o melhor», revela.
Diogo Tavares esclarece que na base da rotura não esteve qualquer questão económica. «Procurei dar o salto. Foi uma decisão em termos desportivos. Achei que poderia jogar na primeira equipa do Sporting, mas o clube achou que não», diz.
O avançado sustenta que deixou Alvalade de consciência tranquila: «Estive oito anos no Sporting e desenvolvi um bom trabalho. Trabalhei muito e estou de consciência tranquila. Fui o melhor marcador no campeonato de juniores com 25 golos, mas nos juvenis marque 42. O Sporting não mostrou grande interesse¿ Eu dei sempre o meu melhor e fiz o que podia. Não guardo mágoa, nem tristeza porque o meu clube em Portugal é o Sporting. Mas, gostou e estou bem onde estou e não sairia daqui para Portugal.
Não deixa de ser curioso ver Diogo Tavares reclamar oportunidades no Sporting, o clube que mais frutos tira dos jogadores das camadas jovens. «Não me davam garantias de que no futuro iria para a equipa principal. Este ano foram três jogadores para a equipa A, mas estavam emprestados talvez uns 20 jogadores. O futebol não tem idades. Se jogamos melhor ou igual aos que lá estão, devemos jogar, mas as pessoas do Sporting acharam que eu não estava preparado.»
No último ano de Sporting, ou seja na época passada, Diogo Tavares foi chamado aos treinos da equipa principal por «três ou quatro» ocasiões. «Senti-me pois já conhecia os treinadores que lá estão, visto ter treinado com eles nos juniores. Só não conhecia o senhor Carlos Pereira», sublinha antes de desvendar que esta temporada apenas assistiu aos jogos que opuseram o Sporting ao Inter. Sem televisão portuguesa nem Internet em casa, Diogo Tavares vai sendo informado pelo pai: «Sei que o Sporting está em segundo e o F.C. Porto em primeiro. Vi os jogos com o Inter pois foram transmitidos aqui em Itália. Na minha opinião o Sporting tem uma grande equipa. O Nani, Moutinho, Yannick e Miguel Veloso são jogadores com muita qualidade.»
Diogo Tavares partiu para Génova na companhia de Tiago Pires, defesa-central que também deixou o Sporting no final da época. Os portugueses estão radiantes com o ambiente que se vive no calcio. «A II Divisão de Itália não tem comparação com Portugal. Em primeiro lugar, aqui a II Divisão está mais forte pois tem a Juventus e vários clubes que são da Série A. O Génova é o clube mais antigo de Itália, com oito campeonatos conquistados. Os nossos jogos têm sempre, no mínimo, 20 mil espectadores. Esse factor faz com que fiquemos muito felizes», confessa.