Da escola para os relvados. André Portulez é um jogador português no futebol estrangeiro, mas o seu percurso é diferente do habitual. André emigrou para a Hungria para estudar, integrado no programa Erasmus, e procurou depois um clube onde pudesse continuar a jogar futebol, como fazia por cá. Na Hungria tem a companhia de outro «doutor» português, David Facucho.
As estreias dos dois portugueses por terras magiares, na segunda divisão da Hungria, aguardam somente a emissão dos certificados internacionais da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Facucho vai ser jogador do Mosonmagyarovar, Portulez vai alinhar pelo Integral-DAC, ambos da segunda divisão húngara.

Portulez e Facucho têm 20 e 21 anos, respectivamente. Os dois jovens eram alunos de Ciências do Desporto e Educação Física em Coimbra, a cidade dos estudantes. A Universidade de Gyor serviu para as duas jovens promessas do futebol luso prosseguirem o sonho de conciliar os estudos com o futebol.
David José Facucho Caldeira é natural de Coimbra e representou o ARC Oleiros e o Nagyszentjanos, da quarta divisão húngara. Do seu currículo constam um campeonato distrital de iniciados e uma licenciatura em Ciências do Desporto e Educação Física pela Universidade de Coimbra. Quando chegou à Hungria, aos 19 anos, aproveitou a oportunidade e continuou o curso na Universidade de Gyor.
Apoio do pai de Féher
Facucho jogou meia época no Nagysventjanos, uma equipa semi-profissional húngara, onde jogou há alguns anos o pai do malogrado jogador do Benfica, Miklos Fehér. Apesar da boa integração, uma vez que já falava «algumas palavras de húngaro», o lateral sofreu duas lesões e acabou por ajudar pouco o clube. Ainda assim, muitos o apoiaram, como o pai do próprio Fehér, e o reconhecimento da imprensa também ajudou. «Fui o primeiro português a jogar num clube da Hungria, pelo que saí nos jornais».
O futuro profissional de David Facucho continua a passar pela Hungria, desta feita no Mosonmagyarovar. «O clube onde vou jogar é presença comum na segunda liga da Hungria e o objectivo é normalmente o meio da tabela», conta o jogador sobre a equipa que vai representar.
André Cabete Portulez é natural da Figueira da Foz e analisa o seu percurso: «Fiz a minha formação na Naval, no Boavista e na Académica. Realizei alguns jogos particulares pela equipa profissional da Académica, sob o comando de Nelo Vingada. A temporada passada alinhei no Marialvas, da terceira divisão e não lográmos obter a manutenção, descendo o clube aos distritais».
Apesar de ter apenas 20 anos, Portulez conta já com alguns galardões na carreira: duas vezes melhor jogador do torneio Inter-Associações, melhor jogador do Torneio Internacional da Figueira da Foz sub-18 em 2003/2004 e prémio Atleta/Estudante do Ano 2004/2005 da Associação Académica de Coimbra.
O clube onde André Portulez vai jogar, o Integral-DAC, «tem tido uma ascensão meteórica no futebol húngaro». Desde que o presidente, Imre Istvan, dono das termas de Gyor e da empresa Integral, que dá nome ao clube, anteriormente chamado Mav-DAC, assumiu o comando do Integral-DAC que o clube tem tido «uma ascensão meteórica». Da quarta divisão subiu à segunda em apenas dois anos, propondo-se esta época à chegada à liga principal do futebol húngaro. Para a concretização deste objectivo, foram contratados já dois avançados, que já foram internacionais, e um brasileiro que conta com vários anos de experiência na primeira divisão húngara e que tem sido o «grande apoio na adaptação» do jogador português ao futebol magiar e à realidade social húngara.
Ultrapassadas as dificuldades iniciais de adaptação a uma nova cultura, a uma nova língua e a novas realidades futebolísticas, André Portulez e David Facucho querem afirmar-se no panorama do futebol húngaro, para, quem sabe, atingir novas metas, como jogar num campeonato mais competitivo num futuro próximo.