O seleccionador francês, Raymond Domenech, está conformado com a decisão da UEFA, que lhe manteve a pena de suspensão por um jogo, na sequência de uma entrevista ao jornal Parisien, na qual Domenech acusava o árbitro português Lucílio Baptista de corrupção, por ocasião de um jogo entre a França e a Itália, em 1999, de qualificação para os Jogos Olímpicos de Sydney.
«Assumo todas as consequências do que disse. Talvez tenha misturado dois assuntos distintos e por isso assumo o erro das minhas declarações. Pensava que este assunto não teria tanta repercussão», afirmou o técnico, em conferência de imprensa. Domenech, que em momento algum retirou as acusações, apresentou-se no Comité Disciplinar da UEFA com recortes de jornal alusivos ao jogo em causa, procurando justificar a sua posição. Na entrevista ao «Parisien», Domenech referiu a actuação de Lucílio Baptista como exemplo da forma como o futebol italiano controla os bastidores internacionais, antevendo dificuldades acrescidas para a sua equipa no Itália-França do próximo sábado, em Milão, jogo que terá de acompanhar da bancada, sem poder contactar com os seus jogadores.
«O que está em causa é o jogo com a Itália e não o meu processo. E uma grande equipa deve ser capaz de tomar conta de si sem pedir conselhos ao banco. Sempre foi o meu sonho de treinador: tornar-me inútil assim que o jogo começa», ironizou o técnico, que definiu a situação como «uma experiência interessante» para a selecção francesa.