Domingo à tarde é uma rubrica do Maisfutebol, que olha para o futebol português para lá da Liga e das primeiras páginas. Do Campeonato de Portugal aos Distritais, da Taça de Portugal aos campeonatos regionais, histórias de vida e futebol.
 

«O Tiago Jorge que não é feliz, não é o Tiago Jorge!»

No futebol todos procuram o mesmo, o topo, as melhores exibições, os melhores contratos e Tiago Jorge não é diferente de nenhum outro em relação a isso, mas depois de tudo o que viveu tem uma condição que se sobrepõe a todas essas: ser feliz.

Tiago Jorge é atualmente o guarda-redes do Barreirense, no passado jogou em países como o Chipre, o Vietname e a Tailândia, depois de se ter formado em Alcochete, ao lado do amigo Rui Patrício.

Viveu meses difíceis, em conversa com o Maisfutebol admitiu mesmo que pensou em deixar o futebol, mas...agora «está como novo» e estreou-se no final de janeiro após uma ausência grande da competição.

No início desta temporada não tinha clube, até porque não se sujeita a qualquer coisa em detrimento da sua felicidade.

«Estive largos meses afastado porque meti na balança o que compensa mais. O futebol é só uma fatia do bolo da nossa vida, obviamente que é a minha grande paixão, aquilo que sempre fiz. Só que chegou uma altura em que deixei de ter condições para o fazer, os clubes deixam de pagar, cada vez mais temos que compreender coisas que ficam fora do que é a nossa essência e maneira de ser, coisas com as quais não te identificas e pensei: ‘Para estar longe de casa, prejudicar-me pessoalmente e profissionalmente, não poder investir noutras áreas em prol de um amor, então vou procurar uma alternativa'», contou.

Por isso concentrou-se em vir para perto de casa e debruçou-se sobre outras áreas, tanto é que neste momento também trabalha no ramo automóvel.

«Sempre fui apaixonado por carros, por que não lucrar dinheiro com eles em vez de gastar? Gosto de ver a satisfação do cliente, é como marcar um golo ou fazer uma defesa. É encontrar um bom negócio, ver o cliente sair feliz, satisfeito e a recomendar o nosso trabalho. E depois há sempre os contactos do futebol... o amigo do amigo», explicou.

Só que o bichinho do futebol não o larga e a saudade apertou.

«No Campeonato de Portugal há poucos clubes que conseguem proporcionar aos jogadores um contrato que lhes permita ser profissionais. Eu abdiquei um pouco disso, tentei, mas com o passar do tempo vi que era difícil algum ir ao encontro das minhas perspectivas. Parei, mas foi quando já não aguentava mais e a saudade era imensa que quis voltar à competição. Tenho condições, ainda sou jovem, posso não chegar ao Sporting ou ao Real Madrid, mas tenho orgulho próprio, tenho brio, as pessoas acreditaram em mim e eu fui ao encontro delas também.»

Tiago Jorge conversou com o Barreirense e chegou a acordo: «Foi uma aposta minha, deixei de ir para longe de casa para ficar aqui a troco quase gratuito, mas há uma coisa que não há nada que pague, o prazer que a mim me dá jogar, outros preferem deixar o futebol. Vou fazer isto enquanto tiver forças e enquanto as pessoas acreditarem em mim. As pessoas do Barreirense acreditaram em mim e eu fui para lá em novembro, tinha um colega muito forte que foi agora para o Maritimo [Amir Abedzadeh], que eu sabia que mais tarde ou mais cedo ia dar o salto, porque é um guarda-redes muito muito completo, e eu esperei.»

O ex-leão sabia que a concorrência era forte, mas reconhece que ele não estava no seu melhor quando voltou aos treinos:

«Primeiro pensei em pôr-me bem, aquele não era o Tiago Jorge. O Tiago Jorge que não é feliz, não é o Tiago Jorge. Quase contra tudo e contra todos, porque já havia dúvidas se eu era o mesmo, pedi à direção: ‘Dêem-me tempo que eu vou me pôr bem'. Fiz isso e agora fiz dois jogos, na Taça do Barreiro e um no Campeonato de Portugal, boas exibições, tanto coletivas e individuais que até partilharam defesas na internet, e isso deu-me confiança e garantias que não estou morto. Vou fazer sempre o que gosto, mesmo que as pessoas falem, ninguém tem o direito de nos tirar os nossos sonhos.»

Estes dois jogos serviram para colocar o nome de Tiago Jorge novamente no mapa e a fase de manutenção do Campeonato de Portugal servirá para continuar a mostrar que está vivo. Houve até possibilidade de saltar para clubes com outros objetivos, mas está grato ao Barreirense.

Ao serviço do Barreirense

«Estive largos meses sem se ouvir falar de mim e de um momento para o outro o telefone já começou a tocar. Equipas que vão à fase de subida, é o mesmo campeonato mas com mais visibilidade, mas lá está, para mim é tudo futebol, quer seja a Champions ou não. É fazer o que mais gosto e aqui vou ter mais oportunidades de jogar, ou não, mas só a jogar é que me sinto bem. Ir agora para outro clube, deixar este que me deu a mão e me permitiu voltar a jogar,  não estava a ser agradecido a esta instituição. O Barreirense tem tantas ou mais condições que outros clubes, só não teve o investidor certo porque este clube é uma cidade e se alguém se lembra que é o clube certo para investir, para dar um mote para ser o velho Barreirense, todos ganham com isso. Quero debruçar-me nisto, ajudaram-me e eu vou tentar ajudar o clube.»

O discurso indica mesmo que Tiago Jorge tem a felicidade em primeiro plano e o mesmo explica que o tempo em que esteve ausente dos relvados serviu para estudar e se preparar para o pós-futebol.

«Tenho amigos com talento enorme que nunca lhes foi dada a oportunidade por n razões, isto é um conjunto de factores, não é só bom futebol ou ser bom profissional, é o somatório de várias coisas e há quem não esteja preparado. Aqueles que atingem o topo e por trás não têm uma estrutura forte, mais tarde ou mais cedo vão ser infelizes. Devia haver mais informação. O Sindicato dos Jogadores está a ajudar muito nesse sentido, ajudou-me imenso a ter mais visibilidade, se fizermos isto vamos ter isto, ter informação. A carreira é tão curta e o mais importante é sermos felizes nem que seja noutra área. A maior parte dos jogadores não se prepara para o futuro, só vê o agora. Eu preparei-me e adaptei-me a cada realidade.»

Mas afinal o que fez para preparar esse futuro?

«Cursos, ações de formação. Espero só acabar daqui a 10 anos no mínimo. Pelo que tenho visto vou ter condições. Já vi tantos casos no futebol, a ter ambição desmedida e se não conseguem sentem-se frustrados. Não! Há sempre uma porta, se amanhã tiver uma proposta, um projeto que me permita ser profissional, mas que não me venha estragar o que construí no ramo automóvel, que foi um equilíbrio que encontrei, não digo que não. E não quer dizer que amanhã não esteja no ramo imobiliário ou na restauração, o mais importante é fazer o que mais gostamos.»

E Tiago Jorge dá mesmo o exemplo: «Este ano tive uma proposta para encaixar numa equipa técnica, mas fui sincero com as pessoas. Se calhar até tenho jeito e conhecimentos, mas vou-me sentir motivado e feliz? Não, acho que é cedo demais e as pessoas entenderam. Se formos sinceros, as pessoas entendem. Faz sentido jogar, cimentar conhecimentos, conhecer diferentes personalidades, mais tarde vou optar.»

«O Rui Patrício é o patinho feio e ainda lhe dou mais valor por isso»

Esta aventura no futebol começou muito cedo e na Academia de Alcochete.

«Era tudo lindo, um conto de fadas. Quando estamos na Academia por muito que te ensinem, ninguém tem a noção do que vai encontrar fora dali. Não é desejar o mal, tomara a mim que fossem todos os anos 11, 12 ou 20 jogadores a despontar. Quando estamos ali não temos noção do que nos espera cá fora, temos todas as condições, fui um felizardo por ter feito parte de uma das melhores equipas da academia, da formação, mas o futebol não é aquilo. O futebol é cá fora e há alguns que ficam pelo caminho. Tive colegas com o triplo da capacidade que nunca tiveram oportunidade e outros que sinto que se tiver taco a taco com eles levo a melhor e estão lá em cima. É tudo oportunidade!»

Paulo Bento deu-lhe oportunidades na equipa principal

Partilhou o balneário com Rui Patrício, Adrien, Daniel Carriço e sente alguma responsabilidade no seu trajeto:

«Olhando para ali sinto-me feliz porque sinto que tive uma cota parte no desenvolvimento deles como jogadores e homens. Continuamos a dar-nos super bem fora dos relvados, como amigos, o tempo não é muito, mas de vez em quando lá vai uma mensagem, uma piada ao Rui ‘Agarra a bola’. Aquelas brincadeiras, isso faz parte. Eu vou continuar sempre com o carinho da marca Sporting, terei sempre uma história e um currículo atrás de mim, fui formado na melhor academia do mundo, de onde saíram craques com o Patricio, Carriço, Adrien, e muitos conseguiram singrar.»

Com Rui Patrício partilhou o posto e enaltece o percurso do amigo, comparando-o com Ederson.

«O Rui é o patinho feio e ainda lhe dou mais valor por isso. Veja-se o Ederson, que também é um amigo pessoal. Se calhar é um dos mais completos do mundo, mas está a crescer numa estrutura estável, que ganha, num clube que é quase uma religião. O Rui Patrício cresce na pior fase do Sporting. Os jogadores quando vinham para a Europa não queriam vir para o Sporting porque era uma ‘casa a arder’, e dou graças a um treinador, ao Paulo Bento e também ao Ricardo Peres, que para além de treinadores são pessoas com que me identifico no futebol. O Rui se fosse com outros não iria ter a oportunidade que teve, mas dou mais valor ao Rui por ter crescido no erro, no assobio, sobre difamação dos media, mesmo na seleção. Ele conquistou tudo por mérito próprio, não foi porque alguém lhe deu alguma coisa. Não é um sobredotado, não é, mas conseguiu tudo pelo trabalho e merece todo o destaque, é um dos melhores da Europa e deixou a marca.»

Depois recuou ao tempo em que os dois eram chamados por Paulo Bento para treinar com o plantel principal: «Nós íamo-nos revezando na equipa principal, enquanto juniores, quando o Paulo Bento subiu. Ele utilizava-nos para colmatar ausências do Ricardo e do Tiago e passávamos períodos de dez ou 15 dias com a equipa A. Ainda era mais fácil, porque quando treinas com os melhores tu és tão bom ou melhor que eles, quando treinas com os piores ficas igual ou pior que eles.»

Com Ricardo em treinos da equipa principal e com as suas luvas

Tiago Jorge não teve a oportunidade que o amigo teve e como na altura não havia equipa B saiu mal terminou a formação. Hoje seria tudo diferente?

«Seria tudo mais fácil. Mas isto é o «se». Se estivesse no projeto da equipa B teria outra opinião. Tinham-me dado oportunidade e eu tinha correspondido ou não. Teria ajudado, teria estado mais um ano, competido mais, mais visibilidade. Saí cedo demais e depois tomei as minhas decisões, não me arrependo.»

Do quase assinar pelo Setúbal a uma ida para o Vietname

Saiu da Academia e foi representar o Alcochetense, apenas para fazer tempo e manter a forma antes de viajar para o Chipre, já que tinha chegado a acordo com o Ayia Napa.

«Foi através de um colega, o Sebastião Nogueira é que me falou de tudo, do clima, dos muitos portugueses, na altura financeiramente era algo que precisava porque em Portugal não me davam. Fui para o Chipre com a ambição de progredir, vou para lá com o intuito de singrar, assinar um contrato melhor e fiz uma grande época, só que nem sempre corre como nós queremos. Queremos sempre mais e mais, fui sempre aventureiro. Queres isto que é certo ou ir à procura de? Fui sempre à procura de...»

Voltou após um ano, e dividiu a temporada 2009/10 entre o Penamacorense e Águias do Moradal, e admite que foi muito difícil.

«Era jovem e nesta divisão da 2ª B preferiam guarda-redes experientes, eu tinha o certificado internacional que nenhum clube queria pagar e que tive que pagar. Se tenho tido alguém, algum empresário, que dissesse eu pago e vou-te levar para ali... Nunca foi por profissionalismo ou falta de empenho que as coisas não aconteceram, não há um único treinador que tenha dito que o meu comportamento não foi correto ou que não trabalhei. Tomava sempre as opções mais difíceis.»

Na época seguinte viajou para os Açores, onde representou o Operário. A temporada correu bem e abriu-se uma porta da I Liga.

«Surgiu a possibilidade de fazer a pré-época com o V. Setúbal, com o Bruno Ribeiro, mas o clube estava numa altura complicada, de grande indecisão, não podiam inscrever jogadores e na altura o Bruno Ribeiro falou comigo e disse que ia falar com o Estrela de Vendas Novas que era a equipa filial para eu ir rodando e se eles tivessem necessidade me chamavam. Só que eu tinha 22 anos, jovem, vinha de um contrato bom, ir para o Estrela de Vendas Novas a título amador e sem condições para o fazer por inteiro... Pensei, vou aguardar.»

Foi nesse período que surgiu a hipótese Vietname.

«A proposta cumpria todas as minhas condições e depois era a aventura, lá está... Tiago Jorge o aventureiro. É ir para onde? (risos)»

Aceitou e lá viajou para o Vietname. História são muitas para contar, desde o dia em que lá chegou.

«Fui do aeroporto de Barcelona com um espanhol, só que ele foi pelo Dubai e eu fui por Istambul. Quando lá cheguei não tinha ninguém à minha espera, não tinha o roaming ativo e comecei a ver a vida a andar para trás. Não havia ainda tanta tecnologia... O que faço à minha vida? Chegar ao Vietname, ninguém falava inglês. Lá vi um grupo de miúdos de fato de treino todos da mesma cor, perguntei para onde iam e disseram que iam para uma academia. Eu tinha um bilhete no bolso de trás e vi que era a mesma, então lá entrei no autocarro e fui com eles. Que sorte!»

Tiago Jorge diz que foi difícil, desde «a adaptação à língua, o dia a dia, à alimentação» e deixa críticas aos empresários que o levaram.

«Fui levado por empresários que viram aquilo como um negócio, para eles era mais vantajoso mandar 20 de cada vez do que me manterem ali.»

A passagem pela Tailândia: «Quando estamos sozinhos numa guerra no terceiro mundo é difícil...»

O período no Saigon FC foi curto e a seguir rumou à Tailândia: «Ainda fiz um torneio, que correu muito bem. Assinei depois por um clube na Tailândia. Aí foi mais curto, até o treinador ir embora, porque depois não tive condições nenhumas para estar lá. Quando estamos sozinhos numa guerra no terceiro mundo é difícil...»

E explicou o que correu mal: «O treinador na Tailândia que tinha um acordo com o meu empresário é despedido na terceira semana e depois disso foi dito ao meu empresário que me tinha que levar para um clube filial que jogava na 2ª liga e que era afastado de Banguecoque, era no meio da ‘Amazónia’ de lá. Eu não quis, ele disse que não pagava o hotel, por sorte tive o Zezinando, que foi meu capitão no Sporting, que me acolheu na casa dele e me levou ao aeroporto para me vir embora, é muito complicado.»

Para as populações locais só tem elogios: «A humildade das pessoas, a simplicidade, para eles o simples nascer do sol os faz sentirem-se felizes, para eles o futebol é um espetáculo, aqui cada vez mais é um negócio. Alguns dos clubes enchem estádios, ali é paixão, é cultural, não há o perder, as pessoas vão porque querem fazer parte do espetáculo. Portugal já foi assim, agora com o aumento dos preços dos bilhetes, não. Culturalmente já passo aos meus filhos que há coisas mais importantes para fazer, ali não. Naquele dia as pessoas vão ao estádio.»

Na equipa do Sindicato

A pergunta impunha-se: «Arrependeu-se da aventura?»

«Há coisas positivas, eu agarro-me a elas e ao que quero aplicar na minha vida. Para sermos felizes não precisamos da Liga dos Campeões ou ganhar milhões, é fazer apenas aquilo que gostamos. Acordar com vontade, treinar, ter saúde.»

Voltou a Portugal e assinou pelo Mafra em 2011 e depois passou pelo Pinhalnovense, Torreense, Cova da Piedade, Loures, nova passagem pelo Pinhal Novo, de onde é natural, e União de Leiria.

Depois surgiu a pausa antes de assinar pelo Barreirense e foi nesse período que pensou em desistir.

«Quando as coisas não correm bem... Temos que ter sorte também com as pessoas que nos rodeiam. Se calhar algumas estavam a ser sinceras a dizer: ‘Tiago mas não achas que...’. Eu não as condeno, mas outras pessoas que conhecem o meu percurso disseram: ‘Tiago, tu és maluco, não vais desistir’. Estou a dar razão agora, estou aqui, estou feliz e vão ter que levar comigo. Quem sabe, devemos ambicionar isso, se fizermos as coisas bem vamos receber no futuro. Se não sofrer até ao final da época tenho a possibilidade de jogar a II Liga.»

Tiago Jorge olha para cima sempre, mas pensa no dia a dia e em definir pequenos objetivos.

«Quando deixarmos de acreditar e ter metas não andamos aqui a fazer nada. Não é ter ambição desmedida, é ter objetivos. Agora sofri um golo, amanhã não quero sofrer nenhum. Hoje não fiz isto, amanhã quero fazer.»

«Se nós não nos valorizarmos, quem nos vai valorizar? Eu valorizo-me bastante, a minha felicidade está acima de tudo», concluiu.

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