Domingos Paciência, treinador do Sporting, depois da vitória sobre o Beira-Mar (2-0), no Estádio de Alvalade, em jogo da 17ª jornada da liga:

«Diria que a vitória foi conquistada porque o Sporting foi mais eficaz. Tivemos dois lances de bola parada e conseguimos dois golos. Noutros jogos não conseguimos essa eficácia, é verdade, mas há que analisar o rendimento das duas equipas e ver aquela que procurou ganhar o jogo. Tínhamos consciência de que ia ser um jogo sofrido, pelo que vinha de trás. Isso notou-se nas perdas de bola, decisões precipitadas, pela vontade enorme que os jogadores tinham para ganhar o jogo. Isso levou a que os jogadores não tivessem a clarividência necessária».

[Melhor o resultado do que a exibição?]

«Ganhar era importante, sabíamos que a equipa estava ansiosa por voltar a ganhar e essa ansiedade traduziu-se naquilo que foram determinados momento deste jogo. Temos consciência de que podemos jogar mais e melhor, mas também sabemos que não podemos vir do oito para o oitenta. Como sabem há jogadores a entrar na equipa por questão de necessidade do momento».

[Os dois golos foram de volta parada? Foi uma solução trabalhada durante a semana?]

«Trabalhámos as soluções todas para chegar à vitória. Sabemos que o pormenor faz a diferença e sabemos que temos um jogador que é alto e influente no jogo aéreo. Mas sabemos que não é só nos lances de bola parada que temos de trabalhar, temos de jogar melhor. Tempos de dar confiança aos jogadores, principalmente aos que estão a chegar agora».

[Sente que o ambiente está melhor no balneário?]

«É evidente que passava muito por este jogo mudar aquilo que têm sido os últimos tempos. Sabemos que para ganhar temos de fazer muito mais do que temos feito. Mas também sabemos que já conseguimos conciliar grandes exibições com bons resultados. É natural que a equipa procure dar confiança a si própria e aos adeptos. Não tem sido fácil pelas muitas lesões, há jogadores que chegaram há pouco tempo e que acabam por integrar a equipa por lesões do Ricky [Wolfswinkel], Rinaudo, Schaars e Marat [Izmailov]. Temos consciência que podemos oscilar, mas há uma coisa que me deixa contente. Todos os jogadores querem que o Sporting ganhe».

[Apesar do Sporting assumir que está a lutar pelo terceiro lugar, hoje houve casa quase cheia. Que comentário isso lhe merece?]

«Há um esforço muito grande de quem está deste lado para que nos sportinguistas sintam orgulho no clube. Deste lado está uma equipa que quer que este grupo ganhe. Há uns tempos as pessoas acreditavam mais nesta equipa, tenho consciência disso, mas sei que podemos voltar a crescer como equipa e voltar a conseguir bons resultados. Os adeptos têm de continuar a ajudar-nos, isto vai ser jogo a jogo. Este não é um lugar que o Sporting quer, o Sporting que andar a lutar com os chamados grandes».

A hora do jogo, a começar às 17h00, também teve influência?]

«Ajuda e muito porque se este jogo fosse às oito ou às nove não tínhamos aqui tantas crianças, porque amanhã é dia de escola. As pessoa dizem que o futebol antigamente era mais bonito por se jogar às três ou às quatro da tarde e proporcionava outras coisas. É verdade que é diferente. Por mim tudo bem, o futebol é um espectáculo para os adeptos e para as famílias, vamos de encontro aquilo que eles gostam».



[Onyewu teve influência no resultado, também tem influência no balneário?]

«É um jogador que acaba por ser influente. Nota-se que há uma preocupação muito grande da parte dele em juntar a equipa. Ele próprio tem uma vontade muito grande de falar bem português. Ajudou a equipa num momento decisivo. Todos queriam ganhar este jogo. Foi ele, estamos contentes, mas se não fosse ele queríamos arranjar outras formas que levassem a equipa a ganhar».