Abel Xavier apresentou nesta quarta-feira o recurso à suspensão de ano e meio devido a doping. O jogador compareceu numa audiência no Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), em Lausana (Suíça), na companhia do presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol, Joaquim Evangelista. Recorde-se que Abel Xavier teve um controlo positivo de metandienona, substância proibida, em Setembro de 2005, após um jogo da Taça UEFA entre o Middlesbrough (clube que acabou por dispensar o português) e o Xhanti.
O antigo internacional português, de 33 anos, manifestou a sua confiança quanto à possível redução do castigo, depois de ter apresentado no TAS «um acordo com um clube para assinar um contrato caso a pena seja reduzida». «Estou optimista. A FIFA e a UEFA ganham com os futebolistas, já cumpri oito meses de suspensão e esse elemento novo», explicou Abel Xavier à Agência Lusa, após a reunião que serviu para as partes apresentaram as últimas alegações.
O jogador considera que a UEFA teve dualidade de critérios, por ter optado por castigo mais pesado, em comparação com o estabelecido no código da FIFA, e por ter definido «agravantes que não deviam ter sido consideradas»: «A dualidade de critérios foi chocante, porque houve outros jogadores que não foram penalizados tanto tempo como eu, e foi considerada agravante a suspensão depois do Euro2000, que foi posteriormente reduzida pelo TAS. Um caso disciplinar não pode ser considerado para efeitos de reincidência por doping.»
O presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol alinhou pelo diapasão de Abel Xavier, considerando que o jogador está a ser de «bode expiatório». «Em resumo. invocámos a desproporcionalidade da pena, contestámos o argumento da reincidência devido aos incidentes do Euro 2000, uma vez que a suspensão de oito meses foi reduzia pelo TAS, e apresentámos o facto de ele poder assinar contrato com um clube de primeiro plano europeu se a pena for reduzida. Entendemos que o Abel Xavier está a servir de 'bode expiatório' por na altura do Euro2000 ter de ser encontrado um culpado e por o advogado dele ter defendido várias causas contra a UEFA. Há da parte da UEFA e intenção de o penalizar», disse Joaquim Evangelista, à Agência Lusa.