Doping: Portugal teve menos casos positivos em 2005, mas futebol aumentou

Os casos de doping no desporto português diminuíram em 2005, mas no futebol registou-se mais uma situação do que no ano passado. Os dados foram divulgados esta quarta-feira pelo Conselho Nacional de Antidopagem (CNAD).
O balanço regista uma maior recolha de amostras (3.357) e um número globalmente menor de casos positivos (49, contra 62 em 2004), no âmbito das 52 modalidades inscritas no plano nacional de antidopagem. O futebol continua a ser a modalidade com mais análises positivas, tendo registado um total de 12, mais uma que em 2004. Cinco desses casos aconteceram nas competições profissionais (três na Liga e dois na Honra).
Luís Horta, director do Laboratório de Análises e Dopagem, manifestou alguma preocupação com este número, sobretudo nas competições profissionais, mas lembrou também que é normal o «ascendente» do futebol, porque é a modalidade sujeita a maior controlo: representa um terço do total de amostras recolhidas.
Entre o número total de amostras realizadas pelo CNAD, 434 foram realizadas fora de competição e 187 referem-se à colaboração com outros organismos internacionais, como a FIFA (8), UEFA (80) ou AMA (32), que enviaram amostras ao laboratório português.
Luís Horta congratulou-se de resto com o facto de se ter ultrapassado pela primeira vez a barreira das 3.000 amostras e defende que os números de 2005 representam «um grande esforço para um cerco cada vez mais apertado» na luta contra o doping no desporto.
Laurentino Dias, o secretário de Estado do Desporto, felicitou o trabalho do CNAD e revelou que o Governo prepara nova legislação que permita adequar melhor as regras internas ao código internacional de antidopagem. Nesse sentido será criada uma Agência Nacional de Antidopagem, que passará a abarcar todos os organismos envolvidos na luta antidopagem.
«Um estudo na União Europeia, realizado em 2004, mostrou que ainda existe em Portugal algum nível de desculpabilização relativamente ao doping. Defendemos que deve ser dado o sim à exigência e um não à transigência», defendeu o secretário de Estado.