Quem olha para eles não consegue ignorar as semelhanças: são ambos muito altos, preferem o pé esquerdo e têm pouca capacidade de jogar fora da área. A função deles é mesmo fazer golos. O Maisfutebol olhou para o confronto directo entre Janko e Cardozo nas vésperas do clássico: quem leva a melhor?

Antes de mais convém referir também que há diferenças. Rui Águas indentifica-as claramente. «O Jankoparece-me mais forte do que o Cardozo no jogo aéreo, mas o Cardozo é mais forte no remate» O que arrasta outro tipo de diferenças: por exemplo as bolas paradas, aspecto em que Cardozo é fortíssimo.

«A importância de um Cardozoou de um Janko depende da ideia que cada treinador tem para a equipa. O Barcelona veio mudar todos os conceitos preconcebidos. É uma equipa que joga sem um ponta de lança e joga permanentemente ao ataque, com uma faculdade de fazer golos fantástica», adianta.

Apesar disso, convém lembrar que a capacidade concretizadora do F.C. Porto mudou com Janko. A equipa trazia uma média em 2012 de 1,4 golos por jogo e com Janko duplicou para 2,75: os portistas fizeram onze golos em quatro jogos, três deles foram marcados precisamente pelo austríaco.

Rui Águas notabilizou-se na arte de fazer golos e diz que as melhorias no F.C. Porto foram óbvias. «Parece-me razoável o que tem conseguido em relação às oportunidades que tem tido. Os jogadores que têm mais intuição para marcar surgem sempre em várias oportunidades de golo. Ele é um caso desses.»

De resto, acrescenta, Janko veio trazer ao F.C. Porto aquilo que o Benfica já tinha: um farol para o futebol atacante. «Tanto Cardozo quanto Janko impõem-se pela estatura: são dois jogadores muito altos, fiscamente fortes e que surgem como referência atacante permanentemente no espaço do ponta-de-lança.»

Quando saem da área, servem apenas de apoio para tocar a bola e permitir a subida dos companheiros. «Não são jogadores móveis, que possam entrar muito no processo de construção, mas funcionam muito bem como referências ofensivas da equipas, jogadores que servem de orientação ao futebol dos colegas.»

Os números, de resto, aproximam os dois rivais. Cardozo faz uma média de 2,89 finalizações por jogo contra 3,33 de Janko, mas em compensação o benfiquista precisa de menos remates para fazer um golo: 3,3 contra 3,9 do portista. «Muitas vezes é um momento de inspiração a fazer a diferença.»

Veredicto:

«A preferência por alguém parte sempre de um pressuposto indispensável: é preciso conhecer bem o jogador. Conheço o Cardozo há quatro anos e o Janko há quatro semanas. É um bocado desigual. Mas também por isso escolho o Cardozo. Sei perfeitamente o que ele joga, sei que é um goleador e sei que está perfeitamente adaptado ao futebol português. No caso do Janko ainda não sei tanto o que ele vale.»

Dados estatísticos (2011/12):



Cardozo Dados Janko
19 Jogos 3
1619 Minutos 270
14 Golos 3
55 (35) Remates 10 (6)
18 Faltas cometidas 7
15 Faltas sofridas 4
6 Cartões amarelos 1
60 Pontos Maisfutebol 9
3.16 Média de Pontos 3