Fábio Oliveira, treinador do Dumiense, em declarações aos jornalista após a derrota com o Sporting por 8-0 em Alvalade para a Taça de Portugal:

[Estava à espera de um resultado tão desnivelado?]

«São riscos que se corre quando se quer jogar desta forma contra uma equipa grande como o Sporting. Sem jogar com um bloco muito baixo e a tentar pressionar alto muitas vezes. É muito arriscado, mas eu sou assim. Sou jovem e quero arriscar, quero promover o jogo e é uma aprendizagem que levamos daqui.»

[Golo aos 8 minutos condicionou o jogo a partir daí? Como se reage depois de um resultado destes?]

«É o golo da forma que foi. Foram duas bolas paradas no primeiro poste, onde o Sporting é muito forte. E nós sabíamos disso perfeitamente. Custa um bocadinho sofrer um golo num momento em que sabemos que o Sporting é forte. Sabendo das diferenças entre as duas equipas, não é fácil começarmos logo a pensar que vai ser duro. E foi. Custa um bocadinho pela forma que foi, mas a equipa tentou reagir na primeira parte. O Sporting tinha um remate à baliza mais os dois golos de bola parada.

Na segunda parte arriscámos mais um bocadinho, desmontámos um bocadinho a nossa estratégia pressionando mais e a tentar ser mais audazes. Mas, com estas diferenças, quando se desmonta como nós desmontámos, e depois, com os jogadores frescos que entraram: e não foi ali o jogador do Real Massamá, com todo o respeito. E fica difícil. O Ruben ainda meteu mais carne no assador e o Sporting fez um jogo competente. Resta-nos focar-nos no campeonato e na aprendizagem. Disse aos meus jogadores que este jogo deu-nos mais coisas boas do que negativas. É preciso perceber que há uma diferença gigantesca.»

[O que disse à equipa para levantar a cabeça para o que falta da época?]

«Não temos de levantar a cabeça. Eliminámos o AVS, pedimos um grande fora para podermos usufruir disto. Tive jogadores que estavam a chorar no início do jogo porque pisaram o relvado do estádio de Alvalade. Por isso mesmo já foi feito história. Estamos a falar de um clube que há dois anos estava nas distritais de Braga. Foi bonito e os nossos adeptos estão certamente orgulhosos do que fizemos.

Os 8-0 são responsabilidade minha porque quis pressionar e quis sair a jogar algumas vezes. Era mais fácil jogar aqui num bloco superbaixo, a queimar tempo e a mandar o guarda-redes para o chão, que é como o futebol português está, infelizmente. Eu não sou muito romântico, mas também não sou da geração que quer estragar o futebol. Acho que vocês, jornalistas, e o futebol português têm de pôr a mão na cabeça e perguntar o que se está a passar, porque temos de valorizar o que é o jogo.»

[Sobre a moldura humana do Dumiense em Alvalade]

Os adeptos do Dumiense são fervorosos. Dume é uma terra humilde, de gente humilde e séria e que vive o clube de forma intensa. Tentámos honrar ao máximo a camisola. Eles deram o que tinham e o que não tinham. Fomos audazes e quando isso acontece contra equipas de maior valia, podemos levar 5, 6 ou 7. (…) Agora temos de estar unidos para o que aí vem. O clube está a passar por uma fase de mudanças e temos de estar unidos para fazermos um bom campeonato, que é o mais importante.»