O presidente do Estrela, António Oliveira, foi o último a deixar a Reboleira, depois de, esta quinta-feira, a equipa ter recusado treinar pelo segundo dia consecutivo devido aos ordenados em atraso. Os jogadores saíram em silêncio, à semelhança do que sucedeu na véspera, mesmo os capitães Maurício, Marco Paulo e Hugo Carreira, que estiveram reunidos com o dirigente até mais tarde. António Oliveira garantiu o pagamento de dois meses de salários em atraso ao final do dia e lamentou o comportamento do plantel.
«O problema está praticamente resolvido. Mas é uma situação que ainda está pendente, pois o dinheiro ainda tem de chegar à nossa mão, não depende de nós. É uma questão de despacho. Posso garantir que ainda hoje terei o assunto resolvido», assegurou o presidente do Estrela, à saída do Estádio José Gomes.
A recusa da equipa em treinar, ainda que não esteja em causa a última jornada em Guimarães, não foi aceite da melhor forma por António Oliveira, que acredita em pressões alheias: «Não contava com esta atitude. Há forças estranhas a pressionar os jogadores e eles decidiram ter este comportamento. Urge pôr a mão na testa em relação ao futebol português. Há situações que se têm de aclarar, como a de os clubes poderem aumentar as receitas. O Estrela paga por mês 141 mil euros aos seus profissionais [jogadores e equipa técnica] e isto não é nenhum orçamento megalómano.»
Oliveira desmente Evangelista
O Sindicato de Jogadores revelou hoje a lista dos clubes com ordenados em atraso e o Estrela é um dos visados. António Oliveira desmente, contudo, Joaquim Evangelista no que concerne ao número de salários em dívida. «Não é verdade que o Estrela tenha três meses por pagar, porque apenas quatro/cinco atletas têm contratos cujos vencimentos vencem a dia 5. Os outros vencem todos a 15», esclareceu.
O dirigente considerou, ainda, não haver na Reboleira qualquer «problema de seriedade». «Se há alguém sério é o Estrela, que há quatro anos não compra nenhum jogador e fez um orçamento destes. Poderá ser desonesto quem contrate acima das possibilidades», defendeu.