Pensem comigo: se a Bola de Ouro acabasse, isso traria algo de mau ao futebol?

Pensem outra vez: será que não ficaria tudo um pouco mais tranquilo?

Tudo bem, talvez esta segunda pergunta seja exagerada. Mas se respondeu não, como eu, à primeira pergunta, então vale a pensa enfrentar mais esta questão: de que serve escolher o melhor do mundo se o que fica desse exercício é raiva, suspeita e discussão estéril?

Eu sei que este ano a figura patética de Blatter não ajudou. Mas sejamos justos: no ano passado a campanha em torno de Mourinho e Ronaldo também ultrapassou o suportável. Infelizmente, com a pouco saudável participação de não poucos órgãos de comunicação social.

A escolha do melhor jogador do mundo deveria ser um momento de celebração, de aplauso. Sim, por que eleger o mais capaz não significa que todos os outros sejam figuras menores. E tem sido esse passo, afinal simples, que muito têm sido incapazes de dar.

Emparedados entre Messi e Ronaldo, ou Ronaldo e Messi como quiserem, tem faltado espaço para ver a Bola de Ouro como aquilo que ela devia ser: um dia por ano em que o futebol veste fato. Nem sequer o dia mais importante, que esse precisará sempre de jogadores de chuteiras e calções.

A Bola de Ouro tornou-se acima de tudo um momento comercial, com muitos interesses. Não acredito em teorias da conspiração e achei ridículas muitas da reações às palavras de Blatter. Mas duvido que o jogo precise de manter este tipo de competição fora dos relvados.

Por mim, a coisa já podia acabar.