13 de janeiro de 1988, data mítica para o FC Porto. Há 30 anos os dragões venceram a primeira e única Supertaça Europeia, feito inigualável em Portugal até aos dias de hoje.

Em pleno estádio das Antas, os portistas juntaram a Supertaça à Taça dos Campeões Europeus de 1986/87, após baterem o Ajax por 1-0, repetindo o resultado do jogo da primeira mão.

António Sousa assinou o tento solitário do encontro na Cidade Invicta, após ter aproveitado um mau alívio da defesa holandesa. O médio recordou a conquista, ainda hoje inédita da equipa azul e branca, então orientada por Tomislav Ivic.

«Era uma equipa vencedora. Foi crescendo com uma marca implementada ao longo dos anos anteriores, no sentido de procurar ter um grande respeito pelo nome do FC Porto em termos europeus», referiu, em declarações à Lusa.

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Ficha de jogo:

2.ª mão, 13 de janeiro
Árbitro: Aron Schmidhuber (RFA)
Estádio das Antas, no Porto

Golos: Sousa, 70 minutos.

FC Porto: Mlynarczyk, João Pinto, Lima Pereira, Geraldão e Inácio; Bandeirinha (Semedo, 83), André, Jaime Magalhães e Sousa; Fernando Gomes (Jorge Plácido, 68) e Rui Barros.

Treinador: Tomislav Ivic

Ajax: Stanley Menzo, Danny Blind, Jan Wouters, Peter Larsson, Danny Hesp; Aron Winter, John van 't Schip, Arnold Mühren; Dennis Bergkamp (Hennie Meijer, 81), John Bosman e Rob Witschge (Bryan Roy, 64);

Treinador: Johan Cruyff

Recorde os dois golos portistas que valeram a conquista da Supertaça Europeia:

 

«Foi num cruzamento à entrada da área, de bola parada. Um adversário tentou afastar, mas a bola caiu ligeiramente descaída para lado esquerdo e dei um tiro rasteiro para o lado esquerdo de Menzo.»

É desta forma que Sousa lembra o pontapé que valeu a vitória diante da equipa orientada por Johan Cruyff. O antigo futebolista realçou ainda que a possibilidade do FC Porto se tornar a primeira equipa a vencer a Supertaça Europeia funcionou como «estímulo extremamente importante» e que dadas as conquistas inéditas recentes se sentiam imbatíveis e invencíveis.

«Sabíamos que era a primeira e se calhar a última [Supertaça] em que estaríamos presentes. Num jogo tão importante, a motivação era excelente e o espírito foi sempre o melhor possível, para durante a competição sermos melhores do que o adversário», salientou.

Além da oportunidade única para conquistar a Supertaça Europeia, Sousa destacou também a «união e coesão muito forte» de uma equipa que tinha nomes como Mlynarczyk, João Pinto, Lima Pereira, Geraldão, Inácio, Bandeirinha, André, Jaime Magalhães, Fernando Gomes, Rui Barros ou Frasco.

«Tínhamos uma mentalidade forte e a qualidade também imperava. Sabíamos daquilo que podíamos fazer, sempre com o máximo respeito pelo adversário. E, apesar de por vezes sentirmos que o adversário era superior, com a nossa maturidade, forma de estar e presença enquanto grupo, conseguíamos ultrapassar essas situações», rememorou.

O FC Porto sagrou-se campeão europeu com Artur Jorge, mas foi com o croata Tomislav Ivic que conquistou a Supertaça Europeia.

«Eram treinadores com métodos e mentalidades diferentes, mas o simbolismo e a escola [à FC Porto] estavam presentes num e noutro», afirmou Sousa, acrescentando que, além de os jogadores serem também os mesmos, «o clima e o ambiente que norteava a equipa era o de sempre».

O FC Porto é a única equipa portuguesa que conta com uma Supertaça Europeia no palmarés. Os portistas tiveram três ocasiões de voltar a repetir tamanha proeza, mas acabaram sempre derrotados diante de AC Milan (2003), Valência (2004) e FC Barcelona (2011).

Ficha de jogo:
1.ª mão, 24 de novembro de 1987
Árbitro: Valentinen (Escócia)
Estádio De Meer, em Amesterdão

Golos: Rui Barros, 5 minutos.

Ajax: Menzo, Blind, Verlaat, Winter, Witschge; Wouters (Ronald de Boer, 68)), Vant’ Schip, Muhren (Richard Witschge, 45); Bergkamp, Bosman e Dick;

Treinador: Johan Cruyff

FC Porto: Mlynarczyk, João Pinto, Lima Pereira, Geraldão e Inácio; Jaime Magalhães, Frasco (Quim, 84), André e Sousa; Rui Barros e Fernando Gomes;

Treinador: Tomislav Ivic