21 de maio de 2003: há 15 anos, sob o sol tórrido de Sevilha, haveria de brilhar o FC Porto europeu.

No Olímpico da cidade andaluz, invadida por mais de 100 mil adeptos escoceses – mais de metade deles fora do estádio – naquela que foi a maior deslocação de sempre numa final europeia, o FC Porto de José Mourinho conquistou por mérito próprio o direito a voltar à ribalta do futebol internacional.

Um golo de Derlei, a cinco minutos do fim do prolongamento, tombou o Celtic Glasgow e fez do FC Porto o primeiro e único clube português a conquistar a Taça UEFA – façanha que viria a ser repetida em 2010/11, já sob os moldes da Liga Europa.

O «Ninja» inaugurou o marcador nos descontos da primeira parte e Alenichev (54’), servido magistralmente por Deco, havia de marcar o outro para delírio dos azuis e brancos. Do outro lado, porém, Henrik Larsson, grande estrela dos escoceses, restabeleceu por duas vezes a igualdade no marcador (47’ e 57’).

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CELTIC-FC PORTO, 2-3: FICHA DE JOGO

CELTIC: Douglas; Agathé, Valgaeren (Laursen, 64') , Baldé, Mjallby e Alan Thompson; Neil Lennon, Paul Lambert (Jackie McNamara, 76') e Stilian Petrov (Shaun Maloney, 105'); Chris Sutton e Henrik Larsson

FC PORTO: Vítor Baía; Paulo Ferreira, Jorge Costa (Pedro Emanuel, 71'), Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Costinha (Ricardo Costa, 9'); Alenitchev, Deco e Maniche; Capucho (Marco Ferreira, 98') e Derlei

Golos: Larsson (47' e 57'); Derlei (45' e 115') e Alenichev (54')

Árbitro: Lubos Michel (Eslováquia)

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O jogo de nervos (veja aqui o resumo completo), um dos mais emocionantes das memórias recentes do futebol português, havia de manter-se na vertigem da incerteza até ao prolongamento. Até àquele pontapé de Derlei sentenciar o 3-2 portista. Depois da dobradinha interna, um triunfo para a história, que continuaria a ser escrita com letras de ouro na época seguinte, com o improvável conquista da Liga dos Campeões pelo FC Porto.

Após a final abrasadora de Sevilha, diante de um estóico adversário como Celtic, a comemoração portuguesa seguiu noite fora. À chegada às Antas, já de madrugada, Mourinho, já com o seu quê Special One proferiu uma frase que havia de se lhe colar à pele: «Antes do jogo, disse aos meus jogadores que as finais são para se ganhar.»