Chegou, viu e quer vencer. Eliézio, o central que o F. C. Porto contratou ao Cruzeiro e decidiu emprestar até final da época ao U. Leiria, treinou-se esta tarde pela primeira vez com os seus novos companheiros e já vai prometendo uma «briga sadia» por um lugar no centro da defesa da equipa comandada por Domingos Paciência.
Recém-chegado do Paraguai, onde se sagrou campeão sul-americano de sub-20 pelo Brasil e obteve o passaporte para os Jogos Olímpicos de Pequim, o jovem (19 anos) «zagueiro» está a tomar os primeiros contactos com a cidade e a sua nova equipa, da qual só tomou conhecimento após chegar a Portugal. «No Brasil, só passam os jogos do F. C. Porto, Benfica e Sporting. Mas depois destas primeiras impressões, fiquei com a certeza de que se trata de um clube de bom porte, que está bem na classificação, e pode, aos poucos, chegar mais longe», conta o reforço leiriense.
Do plantel, Eliézio, cujo nome se ficou a dever à indecisão dos pais entre baptizar o filho como Elias ou Eliseu, só diz maravilhas. «É um grupo bom, com muito potencial, que forma uma grande equipa. Vai haver uma briga sadia entre todos nós, na busca do seu espaço», admite, ao mesmo tempo que se define como um central «forte fisicamente», com «bom jogo de cabeça» e «rápido nas recuperações».
Durante o período probatório, o defesa brasileiro sabe que terá muito a provar. «Sei que tenho de me mostrar para muita gente. Não só para o U. Leiria, como para o clube que me contratou, e para todos os adeptos em geral. Sei que vou ter de rodar uns meses, mas a minha intenção é ficar no F. C. Porto», confessa.
Feliz por não ter de defrontar o colega Edgar
O processo de adaptação a uma nova realidade e a um estilo de jogo ao qual não está habituado é algo que não incomoda o novo dono da camisola 87 do U. Leiria. «Até agora está a correr tudo bem, apesar do frio. Sei que o futebol aqui é mais rápido e agressivo, mas penso que estou preparado para superar todas as dificuldades.»
Eliézio conta para isso com a preciosa ajuda de um colega especial. «O Harison é um grande amigo, que eu nunca esperei reencontrar aqui. Conhecemo-nos no Japão, quando eu fui para lá, aos 14 anos, e estou muito feliz por voltar a tê-lo por perto. Ele e a família têm sido impecáveis nestes primeiros dias.»
Ainda em matéria de reencontros e coincidência felizes, o jovem defesa ficou encantado quando, no final do último Beira Mar-U. Leiria, deu de caras com o seu colega de selecção Edgar. «Vi-o quando já estava para entrar no ônibus [autocarro] e foi muito bom estar com ele. Agora, estou só a espera que ele me dê o seu número de celular [telemóvel] para não pararmos de conversar», confessa, por entre risos, soltando um grito de alívio quando lhe dizemos que já não terá de defrontar o companheiro do «escrete» esta época: «Pôxa, que bom!»