Primeira parte organizada e penalizada por dois erros defensivos inaceitáveis; segunda parte de pouco futebol, muito sofrimento, pânico e – por incrível que pareça - alguma sorte. De forma resumida, assim se faz a leitura da estreia do Benfica na Emirates Cup, punida com uma goleada contra o Arsenal: 5-2.

À segurança personalizada dos 45 minutos iniciais, contaminada por lapsos individuais difíceis de entender, o Benfica caiu abruptamente no pânico descontrolado. Más abordagens à bola, dificuldade nos acompanhamentos de marcação, pouca bola e ainda menos juízo.

De um 2-2 muito digno ao intervalo, apesar dos níveis de competitividade intermitentes, o Benfica descambou em aflições e precipitações primárias, próprias de uma equipa que só consegue ainda gatinhar. A Supertaça, sublinhe-se, está a uma semana de distância.

FICHA DE JOGO DO ARSENAL-BENFICA

As opções iniciais de Rui Vitória mostraram que o teste era bem sério, com poucas invenções e a aposta no menino Aurélio Buta a lateral direito. Sem o lesionado Fejsa, Filipe Augusto fez dupla com Pizzi no meio.

É verdade que o erro deste último no primeiro golo do Arsenal e de Salvio – com a equipa a segui-lo – no segundo são condenáveis, mas o Benfica até dava mostras de personalidade e confiança, principalmente com a bola no pé.

O excelente movimento no golo de Cervi – com soberba assistência de Jonas – e a acertada pressão sobre a bola no de Salvio – a provocar dois erros do Arsenal – pareciam indicar o caminho certo. No balneário, porém, o Benfica perdeu-se.

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Rui Vitória apenas trocou Jardel por Lisandro, mas o problema não estava apenas num jogador. O Benfica nunca mais se entendeu com o carrossel do Arsenal, passou a olhar a bola em vez de atacá-la, abriu brechas na defesa e permitiu fatídicos passes de rotura.

Os laterais foram sobrecarregados com ofensivas atrás de ofensivas dos extremos do Arsenal, o meio-campo só correu sem bola e, tudo reunido, a equipa desabou. Com estrondo. Até aos 70 minutos, três golos: autogolo de Lisandro, Giroud e Iwobi.

Em boa verdade, podiam ter sido mais. A segunda metade do Benfica eliminou dos arquivos tudo o que as águias fizeram no período inicial. E vão 12 golos sofridos nesta pré-época.    

As limitações horríveis na defesa não são um conto de verão.