Foi através de um elogioso comunicado que o presidente francês, Emmanuel Macron, prestou homenagem ao «artista» Diego Armando Maradona.

«A mão de Deus colocou um génio do futebol na terra. Agora vem retirá-lo (…) num drible imprevisto que enganou todas as nossas defesas. Queria, com este gesto, encerrar o debate do século: Diego Maradona é o maior jogador de futebol de todos os tempos? As lágrimas de milhões de órfãos respondem hoje com uma evidência dolorosa», escreveu.

Macron destacou o «jogador sumptuoso e imprevisível» que «encarnava a magia do jogo» e lembrou a participação nos quartos de final do Mundial de 1986, em que El Pibe bisou diante da Inglaterra, que estava envolvida num confronto com a Argentina por causa das ilhas Malvinas (Falklands, para os britânicos).

«Coube-lhe a tarefa de escrever a história de um país ferido pela ditadura e pela derrota militar. Essa ressurreição aconteceu em 1986, no jogo mais geopolítico da história do futebol», recordou.

Macron considerou ainda que a vitória no Campeonato do Mundo desse ano foi uma vitória «do povo, e não dos generais».

«Foi nos campos de futebol que Maradona fez a revolução», prosseguiu, antes de concluir com uma frase em castelhano: «Diego se queda [Diego fica]».

Também o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, apontou Maradona como «um grande jogador de futebol», mas não foi muito longe nas palavras.

«É um futebolista, ídolo de multidões. Eu sou Presidente da República, não me compete opinar sobre esses temas», afirmou o dirigente, filiado no Partido Nacional (direita).

Apesar disso, Luis Lacalle Pou admitiu que, depois de ser informado da morte de El Pibe, viu o célebre vídeo em que o antigo jogador argentino aquece ao ritmo de «Live is Life», quando representava o Nápoles