O FC Porto apresentou esta segunda-feira uma oferta pública de subscrição de obrigações da SAD. «Estamos o oferecer uma taxa de juro de 4,75 por cento, a três anos, num montante que será de 35 milhões. É, perante o que aparece no mercado, um bom investimento, um investimento seguro», afirmou aos jornalistas Fernando Gomes, administrador da SAD do FC Porto para a área financeira.

O responsável disse ainda que, «no último empréstimo, que está agora a ser substituído, foram cerca de quatro mil os pequenos investidores que subscreveram as obrigações».

«A média anda normalmente à volta dos nove, dez mil euros. São as pequenas poupanças que estão a apoiar financeiramente o FC Porto», afirmou Fernando Gomes, dizendo que a oferta «surge numa boa altura» com os dragões a festejarem a conquista do campeonato.

«Precisamos de, até estabilizar a nova época, não ter sobressaltos financeiros», disse ainda, esclarecendo que este empréstimo obrigacionista não tem como objetivo angariar verbas para reforçar o plantel. «O objetivo é que o FC Porto se possa autofinanciar e reduzir o endividamento».

«As questões do reforço da equipa de futebol, fazem-se também com o sucesso das vendas, não estamos à espera do empréstimo obrigacionista. Todos os anos há o equilíbrio de comprar sempre menos do que o que se vende», garantiu Fernando Gomes, acrescentando: «Neste momento não estamos a pensar nisso, estamos ainda a descomprimir do intenso campeonato, só mais tarde o presidente se reunirá com o técnico e veremos aquilo que se faz».

O administrador diz que a próxima época se apresenta «um pouco mais tranquila, ate pelos elevados prémios da Liga dos Campeões», mas não só. «No próximo ano já podemos inscrever nas nossas contas o novo acordo com a MEO, assinado há dois anos. Só agora, que terminou o contrato com a Olivedesportos, podemos contar com esse valor nas nossas contas», explicou.

«Este é o oitavo empréstimo obrigacionista, todos com grande sucesso», disse o administrador, frisando que «o FC Porto tem sido escrupuloso no cumprimento das suas obrigações financeiras respeitou sempre as suas obrigações perante os investidores, a banca, nunca teve perdões de dívida, perdões de juros, nem caminhos abertos e facilidades. Cumpriu sempre como bom pagador todas as suas obrigações para com a banca».

O responsável afirmou que esse cumprimento deve ser «exigido aos adversários», dizendo que tem havido «concorrência desleal». «Uns cumprem porque esse é o seu princípio, é a regra, outros beneficiam de situações que tornam esta competição menos justa», frisou.

Questionado sobre se se referia às recentes notícias sobre um perdão fiscal ao Sporting, o administrador da SAD portista afirmou: «Seja do Benfica, do Sporting, seja de quem for, se as regras do mercado não são iguais para todos, há concorrência desleal. Isso não é admissível numa sociedade de mercado», adiantou.