No verão de 2010 escandalizou o país futebolístico ao transferir-se do V. Guimarães para o Manchester United, a troco de nove milhões de euros e sem ter jogado um minuto na I Liga. Dois anos e meio depois, Bebé voltou a Portugal, cedido pelos red devils ao Rio Ave.

Em entrevista exclusiva ao Maisfutebol, o avançado de 22 anos explica todo o processo que o conduziu a Vila do Conde a analisa o que tem sido a passagem pelo campeonato português. Sempre com a qualificação europeia na cabeça.

Como tem corrido este regresso a Portugal? O Rio Ave foi uma boa aposta?

«Tem corrido muito bem, sinceramente. Todas as pessoas do clube me têm ajudado bastante, tenho jogado sempre e só espero continuar assim. O Rio Ave está a ser uma surpresa muito boa para mim. Só posso estar grato a este clube».

Está em Vila do Conde desde janeiro e leva 15 jogos e dois golos. Os números satisfazem-no?

«Já devia ter marcado mais golos. Nem sempre é possível, mas quero fazer golos nos jogos que faltam. Penso que podia e devia ter mais quatro golos, pelo menos. Estou a dever isso ao clube».

Tem atuado sempre como extremo. É esse o melhor lugar para si ou prefere ser ponta-de-lança?

«Gosto de ser ponta-de-lança, mas tenho dificuldades em jogar de costas para os defesas. Prefiro ir para cima deles, de bola controlada, para aproveitar a minha velocidade. Por isso posso dizer que estou a jogar na posição de que mais gosto».

Como é que o informaram da possibilidade de vir para o Rio Ave?

«Eu estava a jogar nas reservas, insatisfeito, e por isso reagi muito bem quando o meu empresário me falou desta possibilidade. Aliás, podia ter vindo para o Rio Ave logo no início da época, mas o ManUtd não me deixou. Desta vez perceberam que seria bom para todas as partes. Com um telefonema resolveu-se tudo».

Depois de ter estado no plantel principal do ManUtd há duas épocas, jogar nas reservas não era motivante?

«A qualidade era boa, mas nesta fase da minha carreira queria e quero algo mais».

Faltam cinco jornadas e o Rio Ave está a dois pontos do quinto lugar. Vão apostar tudo na qualificação europeia?

«Sim, vamos apostar e vamos chegar lá. Temos qualidade suficiente para isso».

O Rio Ave tem 13 pontos em casa e 20 fora. Qual é o problema quando jogam nos Arcos?

«Não sei o que se tem passado, mas acho que temos melhorado. A finalização não tem sido boa, falhamos muitos golos. Fazemos tudo bem e hesitamos no remate».

Quem tem sido a sua principal ajuda e referência no Rio Ave?

«O Ukra. Dou-me bem com ele, já nos conhecíamos da seleção. É um jogador que já merece dar o salto para um clube maior. Está na hora. O Nuno Espírito Santo também me está a ajudar. Vai longe, é bom treinador. Falamos bastante nos treinos».

Qual foi a sua melhor exibição desde que chegou ao Rio Ave?

«Fiz dois grandes jogos. Um no Dragão (derrota 2-1 no campeonato) e outro na Luz (6-1)».

Costuma falar com o Nani sobre a sua experiência no Rio Ave?

«Por acaso até falo mais com o Chicharito Hernandez e o Valencia. O Nani é mais reservado. Dou-me bem com ele, mas já não falámos há algum tempo».