No dia 5 de Dezembro de 2009 estreou-se na Liga, frente ao Sp. Braga. Lembra-se dessa noite?
Jogar contra o primeiro, transmissão televisiva, no Estádio do Mar... passei a semana toda a pensar na possibilidade de jogar. Entrar em campo e ouvir o hino do Leixões foi um momento arrepiante. Estive dez anos a ver os jogos na bancada e de repente... lá estava eu. Percebi que queria repetir esse instante muitas vezes.
As horas anteriores ao jogo foram duras?
Sabia que tinha boas probabilidades de jogar. Mas só no hotel, pouco tempo antes, soube que ia ser titular. Estava no mesmo quarto do Laranjeiro e disse-lhe isso. Ele tranquilizou-me e disse que tudo me ia correr bem. Os cinco primeiros minutos foram de nervos. Depois foi tudo normal.
Que tipo de jogador é o Seabra?
Sou um jogador sereno. Mesmo nos momentos mais difíceis consigo assumir a responsabilidade. Gosto de ter a bola, apesar da minha idade.
Em três meses defrontou Sp. Braga, F.C. Porto e Benfica. Qual lhe pareceu mais forte?
Contra o Sp. Braga o jogo foi atípico, porque o relvado estava muito pesado. A qualidade do Braga não veio ao de cima. Frente ao F.C. Porto tivemos uma atitude superior àquela que viemos a ter diante do Benfica. A equipa do Jorge Jesus impôs um ritmo bastante mais forte. Está com mais dinâmica e por isso tive mais dificuldades frente a eles do que contra o F.C. Porto.
Qual é o jogador que mais admira na liga nacional?
Aquele que mais admiro e que mais gosto é o Raul Meireles. Pela forma como pensa o jogo e vive o F.C. Porto. É um exemplo.
E a nível internacional?
Adoro três médios: o Andrea Pirlo, do Milan; o Steven Gerrard, do Liverpool, e o Frank Lampard, do Chelsea.
O Seabra tem a ambição de partilhar o balneário com algum deles?
Isso seria sonhar alto de mais. Mas quando estava na terceira divisão nunca pensei estar onde estou hoje.