Carlos Mané deixou o Sporting ao fim de 15 anos para se aventurar pela primeira vez num novo clube, numa nova liga e num novo país. O extremo rumou no início desta época até à Alemanha e é com o Estugarda que tem contrato de empréstimo até 2017/2018.

Na segunda divisão alemã, o jogador formado nas escolas do Sporting - e que continua a pertencer ao clube de Alvalade - encontrou a possibilidade de jogar com maior regularidade e que perdeu com Jorge Jesus, depois de ter somado 41 jogos com Marco Silva.

Em entrevista ao Maisfutebol, o internacional português de sub-21 deu conta do novo desafio e disse que ser emprestado foi o melhor aos 22 anos e nesta fase da carreira.

Voltar ao Sporting é assunto que não pensa para já, mas Carlos Mané tem as ideias bem definidas quanto ao que quer: evoluir, jogar e marcar ajudando os emblemas que defende, seja de clubes ou da seleção portuguesa.

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15 anos com a mesma camisola e agora veste a do Estugarda. Custou sair do Sporting?
Foi sobretudo estranho. Estava habituado a ir todos os dias para a Academia do Sporting, a fazer o mesmo percurso e a ter os mesmos companheiros. Isso mudou. A primeira semana foi bastante difícil neste sentido, mas faz parte. Agora já passou e estou adaptar-me bem.
 
A cor do equipamento também mudou, passou do verde para o vermelho…
(risos) Isso também custou. Foi uma sensação um bocadinho estranha ter mudado de cor, mas é a do clube que escolhi e claro que me sinto bem. Tudo o que quero é defendê-la ao máximo. É o meu clube, são as cores que represento e com as que estou a fazer aquilo que mais gosto.
 
O Estugarda está na segunda liga e o Carlos Mané também jogou pelo Sporting B na II Liga portuguesa. Há muitas diferenças?
Não tem comparação, os adeptos vão sempre ao estádio e apoiam do início ao fim. Mesmo quando é contra, os estádios enchem para ver o Estugarda jogar. O Estugarda é clube de primeira, enche o estádio e, segundo soube outro dia, é o 11.º clube do mundo que coloca mais adeptos nos estádios.
 
Mas é um futebol muito diferente do português?
Sim, é diferente. Na Alemanha o futebol é um bocado mais agressivo, tem-se menos bola do que em Portugal, joga-se muito no contra-ataque.
 
E sente que a sua forma de jogar se adapta?
Sim, até ver tenho encaixado bem. Sou rápido e eles gostam disso. Os outros aspetos estou a tentar melhorar e eles têm gostado. Até agora fiz seis jogos para o campeonato, ganhámos quatro, empatámos um e perdemos outro. Até este momento está a correr bastante bem, da melhor forma. 
 
Quais as maiores dificuldades até agora?
São extrafutebol. A língua e o clima, sobretudo. Alemão não é fácil, mas estou a aprender. Já sei contar até 100 (risos) e dizer algumas coisas, como os dias da semana ou alguns verbos. E depois o frio, o frio também é muito. Não estava habituado.
 
A estreia foi de sonho frente ao Greuther Furth: marcou dois golos em cinco minutos. Foi, como se costuma dizer, mais do que sonhava?
Felizmente foi marcante. Foi uma estreia muito boa, para mais tarde recordar. No plano individual obviamente que foi bom, mas acima de tudo valeu por ter ajudado a equipa a ganhar. 
 
O Estugarda está na segunda liga e o Carlos Mané também jogou pelo Sporting B na II Liga portuguesa. Há muitas diferenças?
Não tem comparação, os adeptos vão sempre ao estádio e apoiam do início ao fim. Mesmo quando é contra, os estádios enchem para ver o Estugarda jogar. O Estugarda é clube de primeira, enche o estádio e, segundo soube outro dia, é o 11.º clube do mundo que coloca mais adeptos nos estádios.
 
O principal objetivo da época é subir certamente…
Claro! O Estugarda é um clube da Bundesliga e é lá que tem de estar. Vamos fazer tudo para que isso aconteça. A equipa está bem. Estamos a apenas um ponto do primeiro lugar do Eintracht e iremos tentar ser primeiros já no próximo jogo [Nuremberga], ainda que não dependamos de nós.
 
E os seus quais são? 
Evoluir, jogar e marcar. O objetivo é continuar a joga esta época para poder ajudar o clube a subir de divisão. 
 
Não pensa no regresso ao Sporting? A cláusula possibilita a venda ao Estugarda, mas pode voltar a Alvalade…
Não, não penso nisso. No futuro logo vemos o que vai acontecer.
 
Sente que deu o passo certo nesta altura da carreira?
Sim, sinto que sim. Era uma oportunidade que não podia desperdiçar agora. Não estava a jogar muito no Sporting e sabia que o melhor era sair. Apareceu o Estugarda e foi uma boa opção.
 
E nunca pensou em ser emprestado a um clube português?
Não. Era melhor um estrangeiro pela experiência. O Estugarda mostrou que me queria e eu estou feliz aqui.
 
Em janeiro já se tinha falado sobre a sua saída, nomeadamente para o Hamburgo, mas Jorge Jesus terá pedido para que o Carlos Mané não saísse…
Isso já não interessa, o mais importante foi ter saído agora. Estou feliz, deram-me esta oportunidade, tenho de a aproveitar.