Asumah Abubakar-Ankrah (Willem II, Holanda) e Pedro Pacheco (Basileia, Suíça) são os rostos desconhecidos na lista de 18 convocados de Emílio Peixe para o Campeonato da Europa de sub-19, que se disputa a partir de segunda-feira na Alemanha.
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Pedro Jorge Pacheco Seabra é defesa-central e evolui no Basileia com um nome tipicamente português. Foi convocado pelo selecionador no início de junho, para um estágio de observação, e voltou para a triagem final. A seu lado esteve Asumah, que já tinha despertado a curiosidade do Maisfutebol.
Asumah: o luso-ganês que entusiama na Holanda e vem à seleção
Emílio Peixe ficou agradado com o potencial de Asumah Abubakar-Ankrah, um luso-ganês desconhecido em Portugal mas que teve uma ascensão meteórica no Willem II e jogou no escalão principal do futebol holandês.
Em entrevista ao Maisfutebol, Asumah esclarece o percurso que o levou do Gana ao Campeonato da Europa de sub-19 em Portugal, sem ter representado qualquer clube no nosso país.
O avançado fala em inglês. Já vai percebendo a língua mas tem dificuldades em construir frases em português. Promete igualmente aprender o hino nacional em breve.
«Eu sou do Gana e os meus pais também. Mas o meu pai está há vários anos em Portugal e trouxe-me para eu fazer carreira aqui na Europa. Lá jogava nos Corners Babies Football Club e chegou a haver uma abordagem da seleção ganesa», conta.
Asumah Abubakar-Ankrah chegou a Portugal em 2015 sem motivar o interesse de alguns clubes onde realizou períodos de experiência.
«Estive a treinar um mês no Sp. Braga, depois outro no V. Guimarães e por fim na Academica da Prozis/Vilaverdense. Mas não fiquei em lado nenhum», recorda.
Tudo mudou quando, por intermédio de um empresário, foi convidado para testes no Willem II. Estávamos em agosto de 2015.
«Conseguiram-me o estágio no Willem II e o treinador ficou muito impressionado comigo, quiseram logo assinar mas foi preciso tratar dos papéis para poder começar a jogar e voltei a Portugal nessa fase.»
O avançado teve de completar o processo para requerer a nacionalidade portuguesa e ter dessa forma passaporte europeu.
«Durante esses meses, enquanto não ia de vez, estudei na Escola Secundária de Ermesinde e joguei futebol por lá, só na escola. Fiz bons amigos. Até que, em fevereiro de 2016, tudo ficou regularizado e fui. Tive de começar pelos juniores, para ganhar ritmo, mas depois fiz a estreia pela equipa principal no campeonato da Holanda.»
Impacto imediato. Asumah chegou à Holanda em fevereiro, foi anunciado como reforço em março e, logo no início de abril, saltou dos juniores para fazer a estreia no campeonato da Holanda. Foi suplente utilizado na derrota caseira frente ao Twente (2-3).
O Willem II evitou a despromoção com recurso ao play-off e o avançado de 19 anos espera ter mais oportunidades na próxima época.
«O novo treinador do Willem gostou muito de mim e se o Europeu correr bem posso ter muitas oportunidades no futuro. É um sonho estar aqui com a seleção de Portugal. Esta equipa tem muito talento e podemos ir longe no Campeonato da Europa», garante.
A seleção de Portugal abriu a porta para Asumah mas o Gana não o esquece. Ainda assim, o jovem considera que terá maior exposição ao serviço da equipa das Quinas: «Já tomei a decisão, se Portugal me der oportunidades quero jogar por Portugal, porque é uma das melhores seleções da Europa e os seus jogadores são muito conhecidos.»
Asumah Abubakar-Ankrah quer conquistar espaço na Europa para ajudar a família que se mantém no Gana. «Isso é muito importante para mim. Tenho irmãos, irmãs e a minha família no Gana, é importante ajudá-los.»
O avançado espera mostrar-se aos portugueses neste Campeonato da Europa de sub-19. Para já fica um curto cartão-de-visita para a larga maioria que não o conhece.
«Posso jogar como 9 ou nos flancos, sobretudo à esquerda. Tenho velocidade, capacidade de drible e gosto de enfrentar os adversários», remata Asumah.