Cafú rumou ao futebol francês esta temporada para a sua primeira experiência no estrangeiro. Deixou Guimarães para vestir a camisola do Lorient e é um dos dez portugueses no país em que Portugal festejou o título europeu.

Nessa data, 10 de julho, o Lorient estava em estágio, Cafú falava muito pouco francês, mas mesmo assim fazia-se entender. Em entrevista ao Maisfutebol, o médio revela que apesar de já terem passado mais de quatro meses do feito, faz «sempre questão de relembrar».

«Faço sempre questão de relembrar porque no dia em que Portugal foi campeão da Europa nós estávamos a estagiar na Áustria e os franceses estiveram o dia todo a ‘picar-me’ e eu respondia fazendo o festejo do CR7. Fazia aquilo e dizia: ‘Logo à noite vamos ver’.»

Depois fez a festa sozinho:

«Quando o Éder faz golo, meu Deus, o hotel vai abaixo. Fui para cima deles durante uma semana, sempre sempre a gozar com eles.»

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Cafú é um dos dez portugueses que jogam na principal liga do país em que viu Portugal tocar no topo da Europa. João Moutinho, Éder e Anthony Lopes são os únicos campeões, mas Bernardo Silva, Ricardo Pereira e Rolando são também internacionais. Afonso Figueiredo, Pedro Mendes, Rony Lopes e Cafú são internacionais jovens, à procura de serem chamados por Fernando Santos.

O médio ex-Vitória quer seguir os passos de Raphael Guerreiro, mas reconhece a dificuldade: «Trabalho todos os dias para isso, mas tenho consciência que neste momento a seleção tem grandes médios, muito bem escolhidos pelo mister Fernando Santos. Temos nomes de grande qualidade, médios novos que jogaram comigo e contra mim na formação, como é o caso do André Gomes, do João Mário e do Bernardo Silva.»

E dá o exemplo de um campeão da Europa para se motivar: «Toca-me trabalhar para um dia ser como o José Fonte, que foi campeão da Europa aos 32. É um exemplo para todos.»

Cafú tem um percurso pelas seleções jovens e participou até na fase final do Europeu de sub-19 em 2012. Nessa qualificação fez quatro golos, em quatro jogos, numa altura em que atuava como ponta de lança.

Este verão sonhou com a ida aos Jogos Olímpicos, Rui Jorge não o incluiu nos planos.

«Deixou pena pela época que fiz individualmente no ano passado. Coletivamente não foi tão bom, chegámos a estar em quinto lugar em janeiro, que era o objetivo. Depois caímos, é futebol.»

Futebol é a sua vida, reconheceu: «Nunca houve mais nada.»

E será que teve ídolos? O médio, no seu habitual tom de brincadeira, disse: «Inspirei-me em toda gente, mas cada vez que isto está mais sério, começo a gostar mais de mim (risos).»

Depois lá enumerou: «Gostava muito do Drogba, tinha posters dele no quarto. Gosto muito do Yaya Touré como médio, do Iniesta, entre outros.»

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