Filipe Chaby é uma das muitas promessas do futebol português formadas em Alcochete. O jovem médio, de 22 anos, chegou ao Sporting na época 2006/2007 e atualmente está cedido ao Sp. Covilhã, tal como Cristian Ponde. 
 
Tem contrato até 2019, uma cláusula de 45 milhões de euros e é mais um dos emprestados do clube leonino que não perde o rumo: a meta é Alvalade.
 
Chamado pela primeira vez à equipa principal por Domingos Paciência, ganhou maior destaque com Leonardo Jardim na pré-época, após uma grave lesão no joelho esquerdo que o afastou dos relvados durante seis meses.
 
Agora, ao serviço da equipa serrana e depois da experiência no União da Madeira, Filipe Chaby diz-se mais maduro e tem-no comprovado: é peça fundamental no meio-campo do Sp. Covilhã, leva 21 jogos e três golos marcados e foi eleito o melhor jovem jogador da II Liga em outubro.
 
À conversa com o Maisfutebol, Filipe Chaby falou do amor ao Sporting, da experiência fora do clube, dos objetivos do Sp. Covilhã, que eliminou o Sp. Braga na Taça de Portugal, e sobre muito mais. 
 
 
Já não vai à seleção há muito tempo, mas passou por todos os escalões: sub-16, 17, 18 e 19. Acredita que ainda pode chegar à AA?
Acredito, mas sei que é sempre difícil pertencer a uma seleção portuguesa. Há muita qualidade. Somos campeões europeus e é um facto que não se pode esquecer. Como jogador tenho sempre esse objetivo e esse sonho. Não há nada como jogar numa seleção principal e eu inclusive posso jogar pela seleção de Portugal e pela de Moçambique, mas sempre quis jogar pela seleção nacional. 
 
Último jogo foi a 11 de setembro de 2012 com a Itália… saiu aos seis minutos, devido a lesão. Guarda más memórias da seleção?
Não, são coisas que acontecem no futebol. Podia ter acontecido na seleção, como num treino no Sp. Covilhã ou num jogo no Sporting. Não guardo rancores, nem penso nisso. São coisas que acontecem e infelizmente aconteceu-me. Tento não pensar muito sobre isso.
 
Mas foi grave. Foi nos ligamentos do joelho esquerdo e parou seis meses. Como se encara, com 18 anos, uma lesão tão grave? 
Não se encara da mesma maneira com que se encara aos 25. Não sabia o quão grave era, porque também não tinha muito conhecimento sobre ela. Mas é um duro golpe porque estava na melhor fase da minha vida. Era júnior e já jogava na B, ia à principal. Foi um duro golpe porque atrasou a minha evolução. Muitas pessoas ainda se lembram dessa lesão e acham que aconteceu numa fase posterior. As pessoas pensam que traz sequelas, eu felizmente tive uma ajuda enorme do Sporting e do departamento médico e recuperei muito bem.
 
Pensou que nunca mais ia jogar? 
Não, não pensei que podia deixar de jogar. Tive essa preocupação quando me disseram que era uma lesão grave, mas tive conhecimento do que aconteceu ao Gonçalo Paciência na altura. Ele também teve essa lesão e pôs-me em dia sobre a operação, recuperação e etapas. Recuperei muito bem e nunca pensei que poderia deixar de jogar, mas talvez tenha pensado que não pudesse mais ser o jogador que gostaria de ser e que teria sequelas. Felizmente correu tudo bem.
 
Como passou esses seis meses?
Foi uma fase horrível. Foram seis meses que pareciam que nunca mais passavam. Via os meus companheiros de equipa a fazerem o que eu mais gostava, a aparecerem nos patamares que eu gostava, e eu não. Nem podia dar o meu contributo. Mas tive o apoio da minha família e do Sporting e consegui ultrapassar tudo.
 
Ainda sobre a seleção... da equipa com que fez esse último jogo, só João Cancelo ainda chegou à seleção principal. Porquê? Surgiram entretanto outros valores?
Sim. É uma das razões por só ter aparecido ele ainda. Há muitas opções. Mas, atenção, essa seleção tinha muita qualidade e vários desses jogadores estão num patamar muito elevado. O Cancelo era um jogador que se destacava pela qualidade que tinha já na altura, mas há outros jogadores que podem lá chegar.
 
Jogou no Sporting com o Gelson Martins e o João Mário, mais novos, e que já representam Portugal no escalão máximo. Isso surpreende-o?
Não de todo, não me surpreende nada. Vejo com muito agrado jogadores que partilharam o balneário comigo a chegar longe. Não fico surpreendido porque sei a qualidade que têm. O João Mário era um fora de série e apresentava uma maturidade fora do normal, por isso é que também era capitão da nossa equipa. Já se augurava um futuro enorme.