[nota: a entrevista a Ricardo Pereira foi efetuada antes do anúncio da chamada à Seleção Nacional]

Da final no Jamor, em maio de 2013, à partida para Nice passaram mais de dois anos. Ricardo Pereira viveu-os quase exclusivamente de dragão ao peito e tem muito para contar.


Na primeira entrevista após o empréstimo ao clube da Ligue 1, Ricardo recorda o golo ao Benfica na Taça de Portugal, a passagem de extremo para lateral e a certeza de que não passaria de suplente de Maxi Pereira, mesmo após a venda de Danilo.

Exclusivo
Maisfutebol.

O golo na final da Taça de Portugal, ao Benfica, é o melhor momento da carreira?

«Está gravado para sempre na minha memória. Nunca me esquecerei. O Artur Moraes despeja a bola, ela cai na zona do meio-campo e sobra para mim. Eu recebo, passo pelo Urreta, vou para dentro, ganho um ressalto ao Matic e remato. A bola ainda desvia no Luisão e trai o Artur. A comemoração em Guimarães foi incrível. Nem sabia que havia tanta gente na cidade. O clube merecia esse troféu, foi brutal».

Para quem chega ao FC Porto esse golo é o melhor cartão de visita possível.
«Completamente, completamente (risos). Quando cheguei todas as pessoas do FC Porto falavam comigo sobre o golo».

Foi contratado para jogar a extremo, mas acabou por ser mais vezes lateral.
«Sim, em princípio seria para jogar a extremo, mas a falta de laterais na altura do Paulo Fonseca acabou por atirar-me para esse lugar nos treinos. Em Guimarães tinha jogado pontualmente nessa posição, quando era preciso arriscar, e o mister apostou em mim aí».

Não foi fácil convencê-lo a ser lateral?
«Mais ou menos. Nos treinos era aí que faltavam jogadores e na frente era difícil ter espaço. Como às vezes ainda jogava a extremo, não foi difícil aceitar».

O que lhe faltou no FC Porto? Apenas oportunidades?
«Penso que sim, sinceramente. Sabia que ia ser difícil, tinha concorrência e grandes jogadores, mas com mais oportunidades as coisas teriam sido diferentes. Também tive algum azar em determinados momentos…»

Em que momentos?
«Contra o Arouca fui titular e acabei por ser sacrificado aos 13 minutos por culpa da expulsão do Fabiano. Sem continuidade é muito complicado, seja com que jogador for».

Este ano estava condenado a ser suplente de Maxi Pereira?
«Sim, mas eu já previa isso. Mesmo quando o Danilo assinou pelo Real Madrid senti que o FC Porto ia buscar outro lateral, para jogar logo. Comentei isso com o meu empresário. Não queria que este ano fosse igual aos anteriores».