Rony Lopes, já há quem lhe chame ‘o novo Príncipe do Mónaco’.

40 jogos, 11 golos e 8 assistências esta temporada. É o jogador do Mónaco com mais jogos (não minutos) e o segundo melhor marcador da equipa, atrás do goleador Falcao que soma 23 tentos.

Está a ser a melhor época de Rony Lopes enquanto sénior, no ano em que o Mónaco finalmente apostou no português depois de dois empréstimos ao Lille onde em duas épocas fez 45 jogos e marcou nove golos.

Em ano de Campeonato do Mundo, e depois de Fernando Santos o ter chamado pela primeira vez à seleção principal, Rony Lopes sonha com a Rússia, mas sabe que joga numa posição com muita concorrência. Ainda assim, os seus números não enganam e a importância que tem tido para o Mónaco também não.

Em entrevista ao Maisfutebol, Rony Lopes falou sobre o que vai de temporada e o que ainda espera conseguir em 2017/2018.

Rony Lopes candidata-se ao Mundial com velocidade, visão de jogo e golos

«Não sou o substituto do Bernardo, acho que nos completamos»

Tem jogado sempre ao lado de portugueses, agora ao lado de João Moutinho. Como é jogar com ele?

(risos) É muito bom, ajuda-me bastante com a muita experiência que tem e dá-me vários conselhos. Tem bastante qualidade, tê-lo como companheiro de equipa é uma mais-valia para mim.

Porque é que se começou a rir mal acabei de dizer o nome dele?

(risos) Porque ele é muito engraçado. Lembrei-me logo de algumas situações de jogo em que me alerta para o posicionamento, sobretudo a nível posicional. Está sempre bem disposto.

E trabalhar com Leonardo Jardim? Que qualidades tem ele enquanto treinador?

É ótimo! Além de todo o trabalho que é visível, acho que a maior qualidade dele é a mentalidade vencedora que considero ser bastante importante para qualquer jogador. O Mónaco tem muitos jogadores jovens, que obviamente ambicionam ganhar títulos, e é importante ter um treinador assim.

Conheço uma ex-aluna dele [Leonardo Jardim foi Professor de Educação Física] que me disse que ele estava sempre a mandar os alunos correr. A vocês faz-vos o mesmo?

Não, não. (risos) Connosco é mais tranquilo. Corridas sem bola então não fazemos mesmo. Fazemos mais com bola, o que é sempre melhor para nós jogadores de futebol. Correr sem bola é sempre mais chato.

Agora mais a sério: ele também é responsável pela boa época que o Rony está a fazer, não é?

Claro que sim, sem dúvida. Tem-me ajudado bastante, tática e tecnicamente. Sinto que evoluí muito com ele. Irei continuar a ouvi-lo sempre, porque sei que só terei a aprender com ele. Além disso, como já disse, é muito ambicioso e consegue tirar o melhor de cada jogador.

Este ano é que já não parece ser possível revalidar o título: 14 pontos para o PSG é uma diferença muito grande...

Sim é, e nós sabemos disso. Sabemos que o PSG está muito bem este ano, por isso é que já estabelecemos outro objetivo que é o segundo lugar para irmos diretamente à Liga dos Campeões. Estamos dentro desse objetivo e estamos bem. Já sabíamos que este ano o título seria mais difícil de conquistar.

É desmotivante trabalhar neste cenário ou é indiferente?

É um pouco frustrante porque estamos muito bem agora. Sabemos que se tivéssemos feito uma primeira parte da época melhor, poderíamos estar agora na luta pelo título. É frustrante, mas temos noção da posição na qual estamos e temos de ter noção da realidade.

E o que falhou na Liga dos Campeões este ano?

Talvez a falta de experiência nestas andanças porque é uma equipa muito jovem. Poderíamos ter feito melhor, sem dúvida. É difícil arranjar uma explicação, mas é certo que não correram como queríamos. Foi uma deceção, mas a equipa levantou a cabeça e focou-se naquilo que ainda podia e pode fazer.

Depois do que o Mónaco fez no ano passado esperava-se mais, de facto...

Sim, pode ser, mas as pessoas esquecem-se que para o Mónaco conseguir o que conseguiu no ano passado foram precisos, pelo menos, três anos. Falo de montar a equipa. Não foi trabalho de apenas um ano e agora estamos novamente a passar por um processo assim. Saíram vários jogadores importantes e temos de nos adaptar a isso.

Mas acredita que, neste momento, o Mónaco tem lugar entre as melhores equipas da Europa?

Sim, eu considero o Mónaco um grande clube. É óbvio que há equipas noutros patamares, Real Madrid, Barcelona, Manchester City… mas considero o Mónaco um grande clube. Talvez este ano possamos não estar nesse lote, porque temos muitos jogadores jovens e precisamos de ganhar mais experiência, mas temos dos melhores ataques da Europa e isso quer dizer alguma coisa. Podemos sempre melhorar, claro, mas no meu ponto de vista o Mónaco é um grande clube da Europa.