Nélson Semedo trocou o Benfica pelo Barcelona no último verão, numa transferência que custou (para já) 30 milhões de euros aos cofres do emblema catalão. Contestado no início, o lateral direito reúne agora mais consenso e tem sido aposta de Ernesto Valverde. Até ao momento, o português jogou em 18 dos 24 jogos que o Barça já fez esta temporada.
 
Em entrevista a Maisfutebol, no dia seguinte ao Barcelona-Sporting em Camp Nou, Nélson Semedo fez um primeiro balanço da primeira experiência no estrangeiro e falou do privilégio - só ao alcance dele e de André Gomes - de jogar ao lado de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, abordando ainda a polémica com Neymar na pré-época.
 
Na mesma ocasião, o defesa falou também do desejo de estar no Campeonato do Mundo do próximo ano e recordou os anos em que esteve no Benfica. Não foram assim tantos, começando apenas na equipa B, mas Nélson Semedo diz sentir-se «Made in Seixal» admitindo que gostava de um dia voltar à Luz.
 
 
Regressou agora a Portugal para jogar com o Sporting e recebeu-o esta semana em Camp Nou. Ficou surpreendido com a forma do Sporting em Alvalade? 
O Sporting em Alvalade colocou-nos muitas dificuldades, fez um ótimo jogo e só vencemos num lance de bola parada em que houve alguma sorte nossa e infelicidade deles. Aqui em Camp Nou, onde nunca é fácil de jogar, também nos dificultou a tarefa sobretudo na primeira parte em que jogou com um bloco muito baixo. Acho que merecia mais neste grupo, porque se bateu muito bem. 
 
E a estratégia de Jorge Jesus neste último jogo, surpreendeu-o? Valverde admitiu que não estava à espera...
Sim, surpreendeu-me. Eu também não estava à espera que se apresentasse assim, que o Gelson Martins não jogasse de início ou que o lateral esquerdo fosse o Acuña. Como disse, jogou com um bloco muito baixo, e limitou-nos muito na primeira parte. A estratégia funcionou, mas esperava um onze mais habitual.
 
O Bruno Fernandes escreveu-lhe, um dia antes do jogo em Camp Nou, que o ia «partir todo». Partiu?
Sim, escreveu-me a dizer que me ia partir todo, mas não partiu! (risos) Foi tudo na brincadeira, somos amigos e gosto muito dele. Isso pode ver-se, por exemplo, nas redes sociais em que trocamos vários comentários como esse. Esteve bem, mas não me partiu (risos).
 
O Sporting caiu na Champions, foi para a Liga Europa. O Barcelona continua e… será que é este ano que volta a vencer o título?
Sim, acredito que possa ser possível. Desde o início que sabemos que temos essas condições. O Barcelona luta sempre por todos os títulos e este ano não é exceção. Temos equipa para isso.
 
Já se imagina a festejar a Liga dos Campeões?
(risos) Não, ainda não. Vamos jogo a jogo, é melhor pensar assim do que pensar mais à frente.
 
Quanto ao detentor do título e maior adversário em Espanha, o Real Madrid… A equipa de Zidane não parece estar muito bem. Como vê o momento do rival?
Este ano na Liga parecem não estar muito bem, é verdade, mas não é por aí que nos movemos. Não podemos facilitar. Temos de continuar assim, a trabalhar para manter esta distância porque não vai ser fácil. A época é longa e ainda nem a meio vai! O Valencia também está a fazer uma boa época, não se pode só falar em Barcelona e Real Madrid. 
 
O Cristiano Ronaldo também está com a pontaria menos afinada esta temporada. São fases? 
Não está a marcar tanto na Liga, mas tem feito assistências, e na Champions tem marcado. Não considero que seja culpa dele. A meu ver, e no geral, é porque a equipa não está tão bem e, não estando, obviamente sai penalizado. Não lhe dão tantas bolas ou não são criadas tantas ocasiões. Ele continua a ser um grande jogador e a dar tudo em campo.
 
Por falar nisso, o Nélson Semedo é dos poucos que pode orgulhar-se de jogar ao lado dos dois atuais melhores jogadores do mundo. Um na seleção, outro no clube. Sente-se um sortudo?
(risos) Sinto, mesmo! Não são muitos os que têm essa oportunidade e que se podem de facto gabar e jogar ao lado dos dois melhores jogadores do munto. Neste momento só eu e o André Gomes. Somos uns privilegiados! É ótimo jogar ao lado dos melhores, e eles são sem qualquer dúvida.
 
E com qual deles é mais fácil de jogar?
Com ambos, sinceramente. São extraordinários e decisivos, os números e os recordes deles dizem tudo. Jogam ambos na frente, mas têm características diferentes, ainda assim é muito fácil jogar com qualquer um dos dois. É só meter a bola que eles decidem.
 
Consegue entrar na discussão e arriscar dizer qual é o melhor?
Não. É difícil dizer, são ambos de outro planeta e eu, felizmente, como disse, tenho a sorte de jogar com os dois.