Os números de Gonçalo Paciência nas seleções jovens são impressionantes: 61 internacionalizações e 24 golos, com presenças em dois Campeonatos da Europa de sub21 e nos Jogos Olímpicos de 2016. Aos 26 anos, falta-lhe a afirmação absoluta na Seleção A.

Gonçalo já tem duas presenças na equipa treinada e escolhida por Fernando Santos – e um golo à Lituânia -, mas sente que tem valor para jogar mais vezes e mais minutos. Também por isso, a mudança de Frankfurt para Gelsenkirchen e para um clube que, em teoria, luta por outros objetivos, faz de Gonçalo um candidato sério a uma vaga no Europeu de 2021.

Em entrevista ao Maisfutebol e aos jornais Record e A Bola, poucos dias depois de assinar pelo Schalke 04, Gonçalo fala abertamente sobre o objetivo-seleção e da vontade de igualar na Alemanha o registo de um outro ponta-de-lança português, Hugo Almeida.

PARTE 1: «Maior do que o Schalke só o Bayern e o Borussia»

PARTE 2: «É curioso ter vindo parar ao estádio onde o FC Porto foi campeão europeu»


Este ano não houve Europeu, foi adiado. A mudança para o Schalke projeta, de sua parte, uma afirmação definitiva nas escolhas da Seleção Nacional?
Isso mexe comigo. Está nos meus planos afirmar-me na seleção e quero estar presente no Europeu. É um objetivo e um sonho.

Depois de assinar pelo Schalke, já teve algum feedback do Fernando Santos?      
Ainda não, mas haverá jogos muito em breve. É um orgulho para mim estar num grupo tão restrito de jogadores que faz parte das escolhas. Portugal tem grandes opções em todas posições, há jogadores a ir para grandes clubes e a Seleção Nacional é um espaço onde quero estar. Quero estar com os melhores, estar no Europeu é um objetivo.

O melhor marcador português na Bundesliga é o Hugo Almeida, com 42 golos. É possível chegar a este registo?
Não conhecia esses números, não sou muito de estatísticas. Não quero menosprezar o futebolista português, mas isso demonstra o nível da Bundelisga. Há poucos portugueses na história do campeonato alemão e poucos ficam mais de dois anos. É um jogo físico, intenso, muito dinâmico e obriga-nos a elevar o nível. Há 10/12 equipas com algum nome, é um campeonato muito bom de se ver. Quero chegar a essa marca do Hugo, que foi um grande ponta-de-lança e se calhar muito criticado e desvalorizado. Fez uma carreira muito bonita.