Polémica na seleção de futebol feminino da Eslovénia. Borut Jarc abandonou o cargo de selecionador nos últimos dias, alegando motivos pessoais. Porém, a decisão surgiu após uma carta enviada pelas jogadoras para a Federação, denunciando sucessivos casos e «comentários inapropriados»

«O ambiente era muito pouco profissional, com muitos comentários inapropriados, insultos, comentários sexistas e homofóbicos, referências às nossas vidas pessoais. Isto já vinha a acontecer há cinco anos, mas tínhamos uma relação baseada no medo, portanto não dizíamos nada», explicou a capitã Dominika Conc, à BBC.

A jogadora do Levante Las Planas lamenta o ambiente criado na seleção: «Muitas jogadoras tiveram de pedir ajuda de psicólogos e outros profissionais.»

«As pessoas da Federação não nos quiseram ouvir, diziam que não era nada com elas. Foi nesse momento que decidimos seguir um caminho diferente. Decidimos colocar todas as questões por escrito, enviámos isso para a Federação, mas mais uma vez não nos responderam», explicou Conc, uma das futebolistas que assinou a carta aberta, originando um enorme debate público.

Para as jogadoras da seleção eslovena, a saída do selecionador não resolve a questão de fundo, atribuindo responsabilidades a outros elementos da estrutura.