Do Real Madrid-Barcelona da noite de quarta-feira fica um dado que representa um ponto de viragem simbólico. Os «merengues» não só venceram 2-0 e confirmaram a conquista da Supertaça, como tiveram mais tempo a bola na sua posse. Algo que não acontecia há muito.

O Barcelona da última década, a equipa sublimada por Pep Guardiola que venceu tudo o que havia para ganhar, assentava na posse e circulação de bola e terminava cada jogo com clara vantagem sobre os adversários nesse campo. Passou tempo, mudaram jogadores e estilos de um lado e do outro.

E chegou-se finalmente ao Clásico do Santiago Bernabéu, que terminou com 52 por cento de bola para o Real Madrid e 48 por cento para o Barcelona. Não acontecia há muito, embora seja difícil encontrar consenso sobre há quanto tempo de facto o Real tinha tido mais posse que o Barça num jogo, até porque a medição desse valor pode variar.

O jornal «Marca» fala em mais de 40 clássicos com mais posse para o Barça e diz que é preciso recuar a 2003/04 e à vitória do Real Madrid em Camp Nou, por 2-1, para encontrar um jogo com superioridade «merengue» na posse de bola.

Outros analistas que compilam dados estatísticos apontam outra data, 7 de maio de 2008, precisamente na reta final da época que antecedeu a chegada de Pep Guardiola ao Barcelona. Era Bernd Schuster o treinador do Real numa vitória por 4-1 quando o Real Madrid já era campeão.