A vice-liderança da liga garantida nesta segunda-feira pelo Valencia é um espelho de que o início de época para o clube mais português de Espanha está a correr sobre rodas. A equipa treinada por Nuno Espírito Santo ganhou o terceiro jogo do campeonato marcando três golos e o presidente do clube chegou ao estádio não só para ver a vitória sobre o Getafe como para anunciar que a compra do clube está quase concluída.

A estreia no campeonato com um empate (1-1) em casa do Sevilha detentor da Liga Europa foi um resultado aceitável, mas, desde então, a equipa «che» não tem deixado margem para dúvidas da boa saúde que respira: 3-0 ao Málaga; 3-1 ao Espanhol; e os 3-0 desta noite.

Com isto tudo, o Valencia é o segundo da classificação – a par do Sevilha e (ambos) atrás do Barcelona – tendo o terceiro melhor ataque do campeonato (10 golos marcados, atrás de Real Madrid e Barcelona) e a segunda melhor defesa (1 golo sofrido atrás do Barcelona).




As palavras de Rodrigo reconhecem duas coisas: o bom caminho que está a seguido (como se referiu) e a força do grupo que o hispano-brasileiro assumiu. Um grupo que tem muito a ver com o futebol português – como já não é novidade – mas que nesta noite esteve em especial evidência.

O emblema do morcego começou cedo a marcar. E os golos tiveram todos ou participação, ou concretização, ou ambas de jogadores que na época passada ainda representaram o Benfica. O matador Paco Alcácer foi primeiro a marcar. Mas tudo começou numa recuperação de André Gomes, que deu a Alcácer, este passou a Rodrigo e o Hispano-brasileiro devolveu a bol apara o espanhol concretizar.

No segundo golo, foi Rodrigo a jogar muito bem na direita, a passar a André Gomes, que tabelou com Alcácer para ser o português a concluir uma grande jogada. O terceiro golo foi de Rodrigo, a cobrar um penálti punido falta sobre Feghouli. Rodrigo marcou e foi expulso logo a seguir por uma falta que lhe deu o segundo cartão amarelo no jogo. Mas com o objetivo cumprido desta forma que se descreveu, Nuno Espírito Santo mostrou-se muito satisfeito.




Antes do jogo, começaram as notícias que os adeptos «che» esperam ouvir para passarem a ter um proprietário para o clube em vez de responderem aos credores. O presidente Amadeo Salvo garantiu que a compra pelo empresário Peter Lim está preste a ser concretizada.

«As indicações são positivas e vai haver acordo. Peter Lim está convencido a comprar o Valencia e as divergências importantes são as que havia em agosto. O resto são temas menores», afirmou Salvo menos de um dia depois de ter estado em Singapura a assistir ao Grande Prémio de Fórmula 1.

As divergências a que Salvo se referia respeitam às intenções do banco Bankia enquanto credor de querer estar a «controlar as entradas e saídas de jogadores», pois «eles têm as suas garantias de cobrança» e aquele tema «é de gestão». «A venda nunca esteve descartada», garantiu o dirigente revelando que a concretização por parte de Lim «está a atrasar-se» por «todos esses detalhes».

O milionário de Singapura não perde tempo com os negócios e já entrou, entretanto, em mais um clube – de gente não menos conhecida. Peter Lim comprou 50 por cento do Salford City, clube que é propriedade da, nada mais nada menos, do grupo conhecido como classe de 92
do Manchester Unites: Ryan Giggs, Paul Scholles, Nicky Butt e os irmãos Gary e Phil Neville.

O clube joga na oitava divisão de Inglaterra e a sua importância está no impacto que tem na sua comunidade. Os antigos craques do Manchester também mostraram a satisfação com a nova parceria emitindo um comunicado: Quando encetámos esta jornada sempre soubemos que, a certa altura, quereríamos envolvidos parceiros vindos de fora, pessoas que partilhassem a nossa visão para o Salford City.»