O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bulgária anunciou que irá retirar o cargo de cônsul honorário em Barcelona a Hristo Stoichkov, depois das «recentes intervenções públicas» do antigo internacional búlgaro sobre a Catalunha.

Num comunicado, aquele organismo revela ter iniciado o procedimento de retirada do título diplomático que o antigo jogador do Barcelona tem há mais de seis anos e que a decisão definitiva será ratificada em breve pelo Conselho de ministros do governo.

«O reino de Espanha é um parceiro estratégico e amigo da Bulgária, mantemos excelentes relações bilaterais a vários níveis e uma cooperação intensa em todas as áreas de interesse mútuo», pode ler-se no comunicado.

O teor do texto não se refere diretamente às declarações proferidas a semana passada por Stoichkov acerca da vice-presidente do Governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaria, a quem qualificou de «franquista», em reação a declarações desta sobre o referendo para a independência da Catalunha.

«É ela que manda, o que temos de fazer? Por favor, demita-se já. Não pode mandar a polícia prender gente inocente. Governo de Espanha, sois uma vergonha! Por isso estão onde merecem, separados do mundo», disse o antigo jogador que, dias depois, acabou por pedir desculpa à governante espanhola, mas esclareceu que o fez «só pelo filho» desta.

As autoridades búlgaras justificam a decisão oficialmente com a alegação de que Stoichkov se ausentava por longos períodos da Catalunha, mas a perceção geral na opinião pública búlgara e espanhola e nos órgãos de comunicação social dos dois países é a de que o afastamento do antigo jogador do Barcelona decorre das declarações que proferiu acerca de Soraya Saénz de Santamaria.

«Nos últimos anos a atividade de Stoichkov como cônsul honorário foi prejudicada pelo facto de residir a maior parte do tempo nos Estados Unidos», explicaram as autoridades búlgaras no comunicado.

No entanto, reconhecem que tiveram em devida conta que o futuro cumprimento eficaz das funções de cônsul honorário por parte de Stoichkov «será dificultado pelo facto de a sua comunicação com as autoridades oficiais do reino de Espanha se ter complicado depois das suas recentes declarações públicas».