A defesa de Ruben Semedo vai recorrer da aplicação da medida de coação mais gravosa prevista na lei, prisão preventiva, considerando que a juíza foi implacável com o jogador. 

O jogador português, recorde-se, foi acusado dos crimes de tentativa de homicídio, lesões, ameaças, sequestro, posse ilícita de armas e roubo com violência. 

A defesa do jogador, que também conta com advogados espanhóis, apoiados pelo Villarreal, tem agora cinco dias para preparar o recurso que será apresentado diante de um tribunal superior. 

Rúben Semedo não vai, de resto, voltar a ser ouvido pelo tribunal, embora o Ministério Público deva ser chamado a pronunciar-se novamente, quando o recurso for apreciado. O Ministério Público que, refira-se, «foi muito duro» com o jogador, pedindo precisamente a prisão preventiva.

O português optou novamente pelo silêncio no inquérito judicial desta manhã, tal como tinha feito na quarta-feira no inquérito não judicial, pelo que a juíza tomou a decisão baseada no depoimento do queixoso, além de outras testemunhas associadas ao processo pelo próprio queixoso, e das provas reunidas pela Guardia Civil.

«A juíza considerou que havia o risco de continuação de atividade criminosa em relação ao queixoso e à sua família», explica Bebiano Gomes.

O problema para Ruben Semedo é que, caso a medida de coação não seja revista, arrisca a ficar detido por muito tempo, uma vez que em Espanha, ao contrário de Portugal, que tem o prazo de um ano e meio, não existe um limite máximo para se avançar para julgamento. 

Bebiano Gomes já falou com Ruben Semedo, que «está muito em baixo», ao contrário de Cátio Baldé, empresário do jogador, que ainda não teve acesso ao antigo central do Sporting: só vai poder falar com o jogador no domingo, dia das visitas aos detidos. 

Bebiano Gomes vai voltar a estar com Ruben Semedo esta sexta-feira de manhã e depois regressa a Portugal, enquanto Cátio Baldé vai continuar em Espanha, a acompanhar o processo.

O jogador tem optado por não falar sobre o caso, até porque foi aconselhado pelos advogados nesse sentido. «Os advogados de defesa consideraram que as provas apresentadas eram um pouco consistentes e qualquer coisa que ele dissesse agora podia ser usada mais tarde para o incriminar», referiu ainda Bebiano Gomes.