Três golos de Cristiano Ronaldo permitiram ao Real Madrid vencer o vizinho Atlético no Vicente Calderón (0-3) e aumentar a vantagem na frente da tabela classificativa de La Liga.

Face ao empate do Barcelona durante a tarde, o Real passa assim a ter quatro pontos de vantagem sobre a formação catalã e fica a nove do adversário deste sábado. Uma distância considerável.

Com este hat-trick, Ronaldo passa a máximo goleador do dérbi de Madrid, deixando para trás o histórico Di Stéfano. 18 remates certeiros em duelos com o Atlético.

Ainda a propósito de números, é importante referir que o internacional luso já era o único merengue com registo de um hat-trick no Calderón, em 2012. Agora, repete o feito. Nenhum jogador tinha marcado por duas vezes três golos naquele local.

Cristiano Ronaldo deixa assim a sua enorme marca naquele que terá sido o último dérbi – pelo menos, para La Liga - realizado neste estádio do Atlético de Madrid, que prepara a sua mudança para La Peineta na próxima época.

Por fim: CR7 chega aos oito golos em La Liga, alcançado Messi e Suárez (ambos do Barcelona) na frente do Troféu Pichichi.

Chega de números?

Confira as incidências do encontro.

Vamos antes de mais à história dos golos, que acabam por representar a história do jogo.

O 0-1 surgiu na sequência de um livre direto, com Ronaldo a disparar de forma violenta mas a beneficiar de um desvio considerável (entre Savic e Varane) para enganar Jan Oblak.

Zinedine Zidane colocou o português na frente, apoiado por um tridente que teve influência no desenrolar do encontro: Bale pela esquerda, Lucas Vásquez pela direita e Isco - que grande jogo! - pelo centro, contribuindo em larga escala para a fluidez do jogo merengue. Mais atrás, Kovavic e sobretudo Modric a enfrentarem com nota superior os agressivos colchoneros.

Ainda antes do golo, Ronaldo cabeceou para uma defesa de Oblak em cima da linha. Dentro ou fora? As imagens não tiram as dúvidas, o árbitro mandou jogar.

O Real Madrid esteve melhor na primeira parte, dominava a meio-campo e conseguia soltar-se da pressão tremenda do Atlético, que chegou ao intervalo sem registo de boas oportunidades de golo.

A equipa de Diego Simeone reagiu no início da segunda parte, com minutos de grande qualidade, quando o empate chegou a parecer uma realidade.

Ferreira-Carrasco e Griezmann (este por duas vezes) ameaçaram a baliza de Keylor Navas. Já Fernando Torres, lançado por Simeone no onze, pouco conseguia fazer.

Pouco após a hora do jogo, o treinador do Atlético trocou Torres e Gabi por Gameiro e Correa. Porém, seria Ronaldo a marcar novamente, já após um encosto de cabeças com Koke.

Lance polémico no Calderón.

Bola para as costas de Savic, este a tentar o corte de carrinho – com toque de Ronaldo? -, a falhar a bola e a ver o português cair. Grande penalidade forçada, mas com Cristiano Ronaldo a enganar Jan Oblak para o 0-2.

As mudanças no Atlético não surtiram o efeito desejado e o risco permitiu ao Real Madrid beneficiar de espaços para a resposta. Pouco após o segundo, Gareth Bale fugiu na esquerda e serviu CR7 para o hat-trick.

A imagem do português a celebrar, com ar pensativo, ficará para a história dos dérbis de Madrid. Ele próprio está na história e grava o seu nome com letras douradas para a memória futura do Vicente Calderón. Algo que o Atlético Madrid certamente não desejada, mas mereceu pelo pouco que fez neste sábado, por comparação com o Real Madrid.