A figura: Luís Leal

Que exibição! Pequeno mas forte, rápido e voluntarioso. Mangala tem vários, muitos centímetros a mais que o ponta de lança do Estoril, mas Luís Leal atirou-se ao francês como poucos conseguem no campeonato. Centro de gravidade baixo, bola colada ao pé e a defesa portista em sobressalto completo desde o primeiro ao último minuto. Marcou um golo -em posição duvidosa, sim - mas que ninguém duvide de que Luís Leal causou problemas ao FC Porto como nenhum outro avançado até ao momento. Cada vez que era lançado em velocidade, entrou em duelo com Mangala e ganhou quase sempre. Fez o 2-2 junto ao poste, teve outros remates, sobretudo na segunda parte, que deram grito de golo para os da Amoreira. Dessas vezes, não houve celebração, mas o mal já estava feito.

O momento: minuto 79

Jogo com vários momentos decisivos, casos, mas sempre bem disputado. Quando parecia que o FC Porto ia arrancar uma vitória difícil, até porque o Estoril, num primeiro momento, sentiu o golo de Jackson Martínez. Mas aos 79 minutos Luís Leal fez o 2-2, num jogo frenético e que foi o primeiro em que o campeão perdeu pontos.

Outros destaques

Evandro

Um dos melhores do Estoril ao longo da época que corre (e não só, já agora), o mais importante na transição ofensiva da equipa canarinha frente ao campeão nacional. Evandro é daqueles jogadores que gira e faz girar. Tanto transporta a bola, como a dá de primeira a quem está em condições de receber. O jogo do Estoril frente ao FC Porto passou pelos pés do brasileiro. Apoio à esquerda, apoio à direita a tirar Fernando do meio e, como habitual, a tentar aparecer entre os médios e os defesas adversários. A defender soube tapar espaços. Fechou linhas e deixou os roubos de bola para Gonçalo e Amado. Fino, inteligente. Talvez seja isso que melhor define a exibição de Evandro frente ao FC Porto, ao qual marcou de grande penalidade.

Sebá

Defrontou a equipa que o trouxe para Portugal, tinha a tarefa de jogar num lugar que tem sido preenchido por um dos estorilistas em maior destaque até aqui. Sem Carlitos, foi Sebá quem teve de arrancar pela direita. Usou o corpo nos duelos, usou a diagonal para o meio para escapar a Alex Sandro. Outra exibição excelente no Estoril.

Lucho

Enquanto houver Lucho, o FC Porto estará sempre mais perto do golo. Um passe longo para Jackson ainda no primeiro tempo, um remate que terminou com uma defesa tremenda de Vagner e, depois, uma obra prima num só toque: um passe para o 2-1, de Jackson, na segunda vez que o colombiano foi bem servido pelo argentino. Lucho estava prestes, prestes a sair de campo, para entrar Quintero. Lucho disse ao treinador: vê bem, que ainda consigo fazer isto. Paulo Fonseca cancelou a troca. O que Lucho fez num toque foi genial, foi de um fora de série.

Jackson Martínez

Pouco servido, claramente. O colombiano começou por receber mal um passe de Lucho, mas na altura em que a bola lhe chegou redonda foi letal: mais um golo para a conta. Num jogo em que teve pouca bola, só precisou daquela para faturar. É isso que se pede um ponta de lança.

Alex Sandro

O pior do FC Porto em campo. Nunca se entendeu com Sebá, nem com Balboa. Perdeu em força perdeu em velocidade, perdeu tantas vezes o posicionamento que Mangala teve de o acudir em mais vezes do que devia.

Babanco

Terrível o momento que vive. O jogo com o Sevilha devia ter ficado para trás, mas na primeira falha que teve o FC Porto marcou. Levou as mãos à cabeça. Sinal de desespero. Com os espanhóis na Liga Europa errou. Mas a vida de um desportista depende muito de como reage à adversidade. Para já, Babanco continua no purgatório, embora também seja verdade que esteve desacompanhado na parte defensiva do flanco.