Enquanto o Sporting procura um presidente, a equipa vai-se afundando, agora com uma derrota no Estoril (1-3), com um conjunto de jogadores à deriva que desperdiçou uma vantagem inicial e uma grande penalidade que podia ter valido o empate antes dos canarinhos, com todo o mérito, matarem o jogo com o terceiro golo de bola parada. Um jogo que teve de tudo, até uma interrupção de vinte minutos, devido a mais uma falha de energia na Amoreira. A Europa, para os leões, tem agora um oceano sem fim pelo meio.

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Um primeiro tempo com duas partes distintas. Uma primeira, de vinte minutos, até à interrupção do jogo, em que o Sporting entrou bem no jogo, ganhou vantagem e parecia ter o jogo controlado. E uma segunda, em que o Estoril desbaratou por completo a organização defensiva dos leões e virou o resultado. Mas vamos por partes.

Os leões entraram bem no jogo, com um meio-campo bem preenchido, por Zezinho, Rinaudo e Labyad, a explorar bem a irreverência com que o Estoril entrou em campo. Marco Silva procurou tirar proveito do momento frágil da equipa de Jesualdo Ferreira e entrou em campo, com Carlos Eduardo no lugar de Diogo Amado, com uma formação ofensiva, com linhas bem subidas no terreno. Jeferson e Mano subiam muito pelas alas, demoravam a recuperar e os canarinhos acabaram por pagar por isso.

Uma abertura de Bruma permitiu a Van Wolfswinkel destacar-se na área e abrir o marcador com facilidade. Ainda não estavam decorridos cinco minutos de jogo e, tal como em Barcelos, os leões estavam em vantagem. Mais do que isso. O Estoril demorou a corrigir o evidente problema nas transições e o Sporting tinha o jogo completamente controlado quando, subitamente, tudo parou na Amoreira. Coincidência ou não, um relâmpago caiu sobre a Amoreira e os holofotes apagaram-se. O jogo esteve interrompido por vinte minutos sob uma chuva torrencial e já não voltou a ser o mesmo.

Vamos à segunda parte do primeiro tempo. Com o regresso da Luz, voltou um Estoril bem mais afinado que, aos poucos, foi empurrando o Sporting para a sua área e, em dois lances de bola parada, virou o resultado. Primeiro num canto curto, com Jeferson a improvisar uma abertura para lançar uma bomba com o seu pé esquerdo, indefensável para Rui Patrício. O Sporting perdeu o norte e, depois de várias ameaças, Licá destacou-se na área e foi derrubado pelo guarda-redes dos leões. No castigo máximo, o especialista Steven Vitória confirmou a reviravolta.

No segundo tempo inverteu-se o cenário do final da primeira parte, com o Sporting a subir à procura do empate e o Estoril a recuar, procurando espaços para o contra-ataque. Jesualdo Ferreira não esperou muito para lançar Carrillo e Rubio para os lugares de Capel e Labyad, duas peças em clara quebra de rendimento. Marco Silva respondeu com a entrada de Diogo Amado, mas era demasiado cedo para defender tão magra vantagem. Os leões, com a velocidade de Carrillo e com mais gente na área, foi apertando o cerco e encostando o Estoril às cordas. Os canarinhos agora só respondiam a espaços, mas tiveram uma primeira oportunidade soberana para matar o jogo com Luís Leal destacado diante de Rui Patrício.

O Sporting também teve uma oportunidade soberana para chegar ao empate e voltar a entrar no jogo quando Mano derrubou Carrillo na área. Mas a sorte nunca está do lado deste Sporting. Wolfswinkel voltou a falhar desde a marca dos onze metros e foi o Estoril que aumentou a vantagem, logo a seguir, num livre muito bem marcado por Carlos Eduardo. O jogo acabou aqui para os leões, mas não para os canarinhos que podiam ter aumentado a vantagem para um resultado histórico num chapéu de Gerso que foi devolvido pela trave.

De qualquer forma, ficou consumada a segunda vitória do Estoril sobre o Sporting em jogos do campeonato.