Ivo Vieira, treinador do Estoril, em declarações aos jornalistas após o empate com o Paços de Ferreira (1-1) no Estádio António Coimbra da Mota:

«Acho que acima de tudo a equipa entrou bem. Fizemos um golo cedo e o jogo equilibrou-se a espaços, com o Paços à procura do empate. Estivemos alguns momentos por cima do jogo, procurando o segundo golo e o Paços também o fez. Foi um jogo disputado.

Entrámos bem na segunda parte e temos uma oportunidade flagrante que poderia ter decidido o jogo. Se o fizéssemos poderíamos ficar mais confortáveis e a equipa poderia ter crescido em confiança. Depois desse lance acabámos por sofrer num canto: golo muito consentido. A bola acabou por aparecer dentro da baliza não sei muito bem como: a bola tinha de ser limpa ao primeiro poste.

Depois disso é natural que os jogadores percam algum élan. Os jogadores lutaram, mas são dois momentos do jogo que são bastante decisivos naquilo que é o resultado.

Temos de trabalhar, melhorar em alguns aspectos e acreditar que é possível, sabendo que com a falta destes pontos as coisas ficam mais difíceis.»

[Crise de confiança Lance de Eduardo é exemplificativo disso?]

«A confiança vem com os resultados. Não considero que o Estoril atravesse uma crise de confiança grave. Tivemos dois ou três jogos em que ficámos um pouco aquém do que podemos fazer. Estamos a ter alguma dificuldade em concretizar. No passado tivemos uma situação idêntica à do Eduardo. Dois lances semelhantes contra o Belenenses. Acho que a equipa saiu a jogar, criou situações ofensivas. Não estamos a conseguir concretizar mas a necessidade de pontos associa-se a isso.»

[Equipa ansiosa?]

«É normal. Não vale a pena pôr panos quentes no momento que vivemos. Sabemos que quem está mais acima está mais confiante e joga com mais liberdade. Mas tenho de ser eu a tirar essa ansiedade [aos jogadores]. Eu não consigo falhar dentro do campo porque não jogo. Eu também cometo os meus erros. Todos erramos na vida. Eu, vocês, os jogadores, mas dentro do campo só os jogadores erra. Se estivéssemos noutra parte da tabela, as coisas se calhar aconteciam naturalmente.»

Paragem vem em boa altura?]

«Poderá vir. No primeiro jogo é que se verá se foi ou não boa. Quando se ganha, é. Mas temos uma margem para melhorar alguns aspetos e crescer. Abre-se aqui uma janela para termos um leque maior de opções. Continuamos com algumas limitações. Precisamos de ter todos os jogadores: obviamente que quem jogou fez o melhor, mas precisamos de todos os jogadores. Dos jogadores, dos nosso adeptos e da nossa estrutura para nos proteger.»

[Últimas jornadas são contra potenciais adversários na luta pela permanência]

«A esperança é a última a morrer. Mas o objetivo é amealhar o máximo de pontos possível antes de chegarmos a essa fase da época. Estamos a falar de jogos que valem seis pontos. Mas é fundamental somarmos oito ou dez pontos antes dos últimos dois jogos [contra adversários na luta pela permanência]. Se a equipa conseguir dar um abanão em termos de resultados poderemos encarar esses jogos com mais confiança.»