Alexandre Faria, presidente do Estoril, reiterou que o Estádio António Coimbra da Mota reúne todas as condições para continuar a receber jogos oficiais.

«Estamos a falar de um estádio que tem mais de 60 anos, que recebeu nos últimos três anos cinco competições internacionais: é provavelmente um dos estádios mais vistoriados do país, com vistorias quer da parte da UEFA quer da parte da Federação quer da parte da Liga. Entendemos que o estádio reúne de todas as condições para assegurar a realização dos jogos», afirmou o dirigente em entrevista à TVI24.

Alexandre Faria reforçou ainda que a bancada norte do António Coimbra da Mota não foi evacuada devido a risco de colapso e que também não foi por isso que a partida não foi retomada.

«Quando se dá a evacuação das pessoas e se decide não começar a segunda parte, não é por uma questão infraestrutural do estádio, mas porque as forças de segurança entenderam que não estavam reunidas as condições mínimas para a defesa da integridade física das pessoas que estavam a assistir ao jogo, em virtude de muitos adeptos se terem deslocado para a bancada central e alguns terem saído do estádio, sendo necessária uma nova revista à entrada.»

Nesta altura, o LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) tem realizado perícias à bancada norte e emitirá na sexta um relatório preliminar que, acredita o dirigente do Estoril, ponha tudo em pratos limpos. «As fissuras têm a sua razão de ser pela movimentação da própria estrutura. (...) Os pilares, que não podem ter qualquer fissura ou situação de instabilidade, estão mais do que seguros e garantidos para a realização de um jogo», acrescentou o presidente dos estorilistas.

«Não acredito que o estádio seja encerrado depois da avaliação final do LNEC. É impensável considerarmos que a FPF permitiria a realização lá de um jogo da Seleção Nacional - e já acolhemos dois - ou da seleção feminina ou da própria UEFA que é muito rigorosa nesta matéria, permitissem que se realizassem ali competições oficiais se não estivessem reunidas condições mínimas de instabilidade e de segurança do espaço, referiu ainda, afastando «por completo» o cenário de uma interdição do António Coimbra da Mota.

Alexandre Faria foi ainda confrontado com o comunicado emitido pelo FC Porto nesta terça-feira e no qual os azuis e brancos manifestavam a intenção de tomar todas as medidas que o regulamentos permitiam. Ora, os regulamentos permitem punir o clube visitado com derrota no jogo caso lhe sejam imputadas culpas no sucedido.

O presidente do Estoril admitiu alguma estupefação e acrescentou: «Como dizemos aos mais de 1.600 atletas que formamos há cerca de 80 anos, gostamos de ganhar a todos e que os jogos devem ser ganhos dentro de campo e não fora: e é essa a nossa intenção.»