As atividades desportivas pagaram, no período entre 2010 e 2012, ordenados cinco por cento acima da remuneração média em Portugal.

Dito desta forma, não parece muito relevante, mas há uma coisa que é preciso ter em conta: esta análise engloba todas as atividades relacionadas com o desporto (ou seja, vai desde a prática até a comercialização de materiais desportivos).

Ora nesse sentido, as remunerações das SAD (o que inclui os três grandes e mais alguns clubes) são um outro mundo: 677 por cento acima da média nacional.

Do outro lado, no extremo mais baixo, estão as remunerações praticadas nos ginásios (2,8 por cento abaixo da média) e nos clubes de praticantes (1,6 por cento abaixo da média). Refira-se que sem as remunerações praticadas pelas SAD, a média de ordenados no mundo do desporto seria seis por cento inferior à média nacional.

Para além das remunerações, refira-se que o desporto representa 1,4 por cento do emprego e 1,2 por cento da riqueza bruta criada em Portugal.

Os dados da Conta Satélite do Desporto divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos ao período entre 2010 e 2012, concluiu que as atividades desportivas criaram uma riqueza superior a mil milhões de euros (exatamente 1,79 mil milhões). As SAD contribuíram com nove por cento para este número total, enquanto todos os restantes clubes nacionais contribuíram com seis por cento.

Vale a pena referir, já agora, que o volume do desporto na economia portuguesa é semelhante à igual à da indústria metalúrgica (1,2 por cento) e ultrapassa outros como a consultoria e programação informática (1 por cento), a indústria do vestuário (0,9 por cento) ou as atividades de arquitetura e engenharia (0,8 por cento).

Já em relação à criação de emprego, o desporto tem uma dimensão semelhante à da indústria da madeira, papel e cartão (1,4 por cento), superando ramos como a consultoria e programação informática (0,9 por cento), as atividades imobiliárias (0,7 por cento) e as telecomunicações (0,3 por cento).