O treinador da equipa de basebol Miami Marlins, Ozzie Guillen, foi suspenso por cinco jogos por ter afirmado, ao Time Magazine US que ama o antigo presidente cubano Fidel Castro, desencadeando a fúria de muitos adeptos do clube. A equipa volta a jogar esta noite em casa, pela primeira vez depois do caso, e a coisa pode não ficar por aqui.
«Eu respeito Fidel Castro e sabem porquê? Várias pessoas quiseram matá-lo nos últimos 60 anos, mas a verdade é que ele ainda continua cá», disse o técnico venezuelano, de 48 anos.
As declarações motivaram uma onda de protestos em Little Havana, local onde está sediado o estádio dos Miami Marlins e onde residem muitos cubanos que abandonaram a ilha e são fortes críticos do regime.
Ao aperceber-se do impacto do que disse, Ozzie Guillen pediu desculpa pelo sucedido em conferência de imprensa. «Sinto-me como se tivesse traído o povo latino. Estou bastante envergonhado e triste por isso», afirmou o treinador: «Foi um erro pessoal. Eu não o admiro [Castro] nem sequer o amo. Asseguro-vos isso. Eu odeio-o por toda a dor que causou a muitos latinos e a muitas pessoas do seu país, direta ou indiretamente.»
Numa tentativa de silenciar as vozes críticas, o clube decidiu suspender Guillen por cinco jogos, decretou que o técnico não irá receber o salário enquanto estiver no período de suspensão e informou que vai doar cerca de 114 mil e 600 euros (150 mil dólares) a instituições de caridade.
O presidente dos Miami Marlins, David Samson, disse ao «The Miami Herald» que o clube não vai despedir o treinador venezuelano porque acredita «que todas as pessoas merecem uma segunda oportunidade».