Ao terceiro dia, o Euro 2008 recebeu mais uma forte candidatura ao título. A Holanda atropelou a Itália campeã do Mundo e convenceu os mais cépticos que há que contar com ela na discussão pelo primeiro lugar. A mesma Holanda que chegou a esta fase final rodeada de desconfianças e com a fase de qualificação mais pobre de entre todos os apurados. Os três golos infligidos à Itália serviram para repor o respeito.
O terceiro dia trouxe também uma grande novidade: os mestres do futebol defensivo também podem sofrer goleadas. Podem até tornar-se completamente irreconhecíveis e cometer erros lá atrás que só estamos habituados a ver no mais inocente futebol africano. A ausência de Cannavaro deixou uma lacuna difícil de preencher e Donadoni ficou com um grave problema para resolver. Há que mudar muito na selecção azzurra.
Até porque o Grupo C, o chamado grupo da morte, não permite hesitações. Junta três antigos campeões europeus e só dois deles podem seguir em frente. A boa notícia para a Itália é o que a terceira potência do grupo também não ganhou. A França não foi além de um nulo com a Roménia, que mostrou que há que contar com ela nas contas para o apuramento. O nulo de Zurique mostrou-se sempre o resultado mais previsível.
Num jogo que contou com o português Olegário Benquerença como quarto árbitro, Domenech ficou com a posição à frente da equipa técnica francesa mais frágil. Ele que há muito não é um homem consensual. Sem soluções para ultrapassar a teia romena, que até se deu ao luxo de dominar grande parte do tempo, o francês fartou-se de mostrar o mau feitio e obrigou o árbitro português a uma tarde de trabalho intenso.