Os responsáveis pela selecção holandesa já podem dormir descansados. A ameaça, afinal, não passou de isso mesmo. Mas vamos ao início da história. O sindicato das empresas holandesas distribuidoras de electricidade anda há dois anos a lutar contra uma lei do governo que pretende privatizar as mesmas, o que promete enviar muitos dos funcionários para o desemprego. Acontece, porém, que ninguém lhe prestava atenção.
Ora se ninguém te ouve, pensou o sindicato, apaga as luzes. Vai daí anunciou uma greve que deixava toda a cidade de Eidhoven às escuras. A greve começaria na terça-feira e apanharia pelo meio o Holanda-Bielorrússia, que se disputa na quarta-feira. Perante a ameaça de um enorme apagão, os dirigentes da federação holandesa entraram completamente em pânico.
Sucederam-se as reuniões e o sindicato mantinha a disposição de ir para a greve. «Queremos a escuridão o jogo todo», dizia um dirigente sindical. «Pelo menos dessa forma as pessoas irão finalmente prestar-nos atenção». A polémica chegou aos ouvidos da UEFA. Que não esteve pelos ajustes e fez um primeiro aviso de fortes penalizações, com a perda de pontos na fase de qualificação. A polémica, essa crescia. E a UEFA aumentava as ameaças, falando já do afastamento do Euro 2008. O debate público tornou-se nacional e o sindicato das empresas distribuidoras de electricidade deu finalmente o braço a torcer. A greve, pelos vistos, começa apenas quinta-feira. Os responsáveis federativos já podem dormir descansados.