Antes de mais um aviso, leitor: o resultado não engana. Este foi o primeiro jogo a acabar com uma vantagem superior a um golo e foi também um grande jogo de futebol.

Seguramente o melhor que este Euro 2016 já viu.

Basta, em defesa deste encontro, argumentar que os guarda-redes foram os melhores em campo: na primeira parte era Neuer que justificava a vantagem da Alemanha, na segunda parte foi Pyatov a segurar que a mesma vantagem da Alemanha fosse quase mínima.

Confira a ficha de jogo

Por aqui já se percebe que o primeiro golo chegou cedo. Logo aos 19 minutos, numa bola parada, Toni Kroos bateu um livre que parecia que levava olhos, direitinho para a cabeça de Mustafi, que fugiu a Sydorchuk e cabeceou violentíssimo ao ângulo.

Um grande golo de bola parada, portanto.

Antes disso já tinha sido da Ucrânia a melhor ocasião de golo, num cruzamento de Yarmolenko que Konoplyanka finalizou com muito perigo: Neuer efetuou grande defesa.

Depois do golo da Alemanha, voltaram a ser os ucranianos a causar perigo, num cabeceamento de Khacheridi que Neuer parou com mais uma grande defesa.

A Alemanha liderou a posse de bola, que andou sempre em números superiores a 60 por cento. Por isso a campeã do mundo foi mandando, assumindo as despesas ofensivas, trabalhando mais o futebol. A Ucrânia, essa, respondia em rápidos contra-ataques.

Veja as estatísticas do encontro

Os estilos eram opostos, portanto, mas a eficácia na primeira parte foi muito semelhante.

Antes do intervalo, Khedira proporcionou a Pyatov uma grande defesa, enquanto Boateng tirou uma bola em cima da linha e Yarmolenko teve um golo anulado por fora de jogo.

Feitas as contas, a Alemanha tinha rematado cinco vezes contra quatro da Ucrânia, ambas acertaram duas vezes na baliza, Neuer fez duas defesas e Pyatov fez uma. O que fazia a diferença era um remate à baliza que o guarda-redes não defendeu: o golo de Mustafi.

A segunda parte, é preciso dizê-lo, não valeu tanto como a primeira. E não valeu tanto essencialmente por causa da Ucrânia: a seleção de leste caiu muito na última meia-hora.

Começou a segunda parte a querer continuar a dividir o jogo, ameaçou num livre de Rakitskiy que obrigou Neuer a mais uma excelente defesa, mas morreu depois disso.

Confira as classificações do Euro 2016

A Alemanha já ameaçara em remates de Draxler e de Kroos (este último ainda beijou a trave), e voltou a ameaçar depois do remate de Rakitskiy: Khedira, Muller e Ozil obrigaram Pyatov a brilhar, Draxler atirou ao lado em excelente posição.

A posse de bola cresceu para os 71 por cento, o que é um número esmagador, o futebol germânico voltou a ter momentos de grande qualidade, num carrossel impressionante.

Por isso foi com toda justiça que, já no período de descontos, Schweinsteiger fez o resultado: o médio do Manchester United tinha acabado de entrar e aproveitou um contra-ataque, após um canto da Ucrânia, para receber uma bola de Ozil e finalizar para golo.

Feitas as contas, um grande jogo, uma vitória completamente justa e uma afirmação de poder alemão.