Chegou ao fim a fase regular de qualificação para o Euro-2016, com os apuramentos de Croácia e Turquia elevam para 20 o total de seleções já qualificadas para o Europeu de França. Sobram ainda quatro vagas, que vão ser discutidas pelas oito seleções que seguem para o play-off: Ucrânia, Suécia, Hungria e Bósnia Herzegovina, que em princípio serão cabeças de série no sorteio e Dinamarca, Irlanda, Eslovénia e Noruega que deverão estar no pote 2, a ser confirmado pela UEFA nesta quarta-feira.
Mas esta foi, antes do mais, a noite que pôs a Bélgica no topo do Mundo. A vitória dos Diabos Vermelhos sobre Israel teve um triplo efeito. Garantiu-lhes o primeiro lugar no grupo B, à frente de Gales. Garantiu-lhes também a sexta e última vaga no pote dos cabeças de série, atrás de França, Espanha, Alemanha, Inglaterra e Portugal - que, recorde-se, tinha garantido esse estatuto com a vitória na Sérvia, no último domingo. Relegada para o segundo pote fica a Itália, que precisava de golear a Noruega para se manter à frente dos belgas. O triunfo italiano serviu para apurar a Croácia, graças à vitória magrinha dos croatas sobre Malta.



Por último, de forma ainda mais sensacional, a vitória sobre Israel garantiu à Bélgica um inédito primeiro lugar no próximo ranking da FIFA, que será divulgado no início de novembro e onde, com as vitórias sobre Dinamarca e Sérvia, Portugal já garantiu, como mínimo, que vai manter o quarto lugar do mês passado. Entretanto, os dois triunfos belgas neste mês de outubro, conjugados com as derrotas da Alemanha (na Irlanda) e da Argentina (com o Equador) permitiram-lhe ultrapassar Argentina e Alemanha. A Bélgica torna-se o oitavo país desde a criação deste ranking, em 1994, a atingir o primeiro lugar no pódio, depois de Alemanha, Brasil, Itália, França, Argentina, Espanha e Holanda.

Laranja amarga e suave milagre em Konya

E, por falar em Holanda, a confirmação do afastamento dos holandeses foi outra das grandes notas de destaque da noite. A campanha da laranja já vinha a prenunciar algo mau, mas o encerramento foi ainda pior do que poderia pensar-se, com a derrota caseira diante dos checos a confirmar o primeiro Europeu sem laranja, no campo ou na bancada, desde 1984, curiosamente uma fase final também realizada em França. A ausência de craques como Sneijder, Robben, Huntelaar e Depay, entre outros é uma das primeiras certezas deste primeiro Europeu king-size.



A deceção de uns é a euforia de outros, e a grande história da noite acabou por vir de Konya, onde a Turquia não se limitou a beneficiar da escorregadela holandesa e acabou por conseguir, de forma dramática, ao cair do pano, a última vaga de qualificação direta, ultrapassando a Hungria como o melhor dos terceiros classificados.

O momento decisivo chegou pelos pés do médio do Galatasaray, Selçuk Inan, ao minuto 89, quando a Turquia jogava com um a menos, por expulsão de Tore. O empate sem golos chegava para o play-off, mas não para a qualificação direta, que exigia uma vitória, conjugada com um improvável triunfo do Cazaquistão na Letónia. Há oito anos que os cazaques não venciam um jogo oficial fora de casa, mas esta foi a noite em que tudo correu bem aos turcos, e em que a Hungria viu o apuramento direto fugir-lhe por entre os dedos, graças a este livre mágico de Inan:

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Como curiosidades avulsas nesta fase de qualificação, refira-se que apenas três equipas – Inglaterra, Áustria e Itália – terminam o grupo sem derrotas, sendo que somente os ingleses fizeram o pleno de vitórias. O melhor ataque é da Polónia (33 golos), e o melhor marcador também ( Lewandowski, com 13). A melhor defesa é da Roménia (2 golos sofridos!), por contraste com a de Gibraltar, que terminou com a pior (56 sofridos). Os estreantes de Gibraltar, que tiveram o estádio Algarve como pouso nesta campanha são, a par de Andorra, uma das duas equipas sem qualquer ponto somado.