O selecionador nacional rejeita euforias após a passagem aos quartos de final do Euro2016, mas continua francamente otimista quanto ao comportamento da equipa das quinas na prova.

«Sei que dificilmente alguém ganha a Portugal. A partir daí, fazemos as coisas. Atenção, isso não pressupõe que vamos ganhar a todos, agora que vai ser difícil ganhar a Portugal, isso sim», disse Fernando Santos neste domingo, citado pela agência Lusa.

A confiança dos adeptos tem sido mais inconstante, mas o selecionador garante que isso não influencia o grupo de trabalho. «Quando ganhámos 7-0 à Estónia falou-se em euforia desmedida. Depois empatámos três vezes e já tínhamos ido ao fundo. Agora voltamos outra vez à euforia desmedida. A equipa está imune a isso, que é o mais importante. Não há desânimo nem euforia», afirmou.

Confrontado com as críticas à qualidade das exibições lusas, Fernando Santos mostrou-se convicto de que «todos querem que ganhe Portugal». «Há sempre 100 que não querem em 15 milhões de portugueses, mas isso não é um número, é uma coisa ridícula. O povo está connosco e é isso que temos sentido nas praças e nas ruas. Temos sentido a alegria do povo», respondeu.

«Jogar à bola e jogar futebol não é a mesma coisa. É uma coisa sem organização e individual em que cada um faz o seu número de circo. As pessoas gostam muito, mas isso não é futebol. A minha equipa tem que jogar futebol. Se vai jogar à bola não ganha a ninguém. Nem à Letónia tinha ganho», disse o selecionador, antes de corrigir o nome do adversário goleado na Luz: «Letónia...Estónia, já nem sei. O Báltico dá cabo de mim», brincou.

Fernando Santos rejeita, por isso, a ideia de que o jogo com a Croácia foi aborrecido. «Aborrecido foi para os croatas, que foram para casa. No futebol ou se joga bem ou se joga mal. Do outro lado estava a Croácia, que era uma candidata a ganhar este Europeu. A arte de defender também é uma grande arte no futebol», defendeu.

O selecionador elogiou ainda a «exibição soberba» de Cristiano Ronaldo, considerando que o capitão «deu um grande exemplo», e também o «comportamento ímpar» de Ricardo Quaresma.

«O Ricardo foi aquele que percebeu melhor esta questão dos 23. Que estava num lote de 23 jogadores e que qualquer um poderia fazer parte do 11. E aceitou isso com muita naturalidade. Passou a ser um jogador claramente diferente, até na sua produção. Este Ricardo tem sido um exemplo ímpar», destacou.