*Enviado-especial ao Euro 2016

José Fonte foi o jogador escolhido, esta segunda-feira, para falar aos jornalistas no centro de estágio de Marcoussis. O central da Seleção estreou-se no sábado frente à Croácia, que terminou com triunfo português no prolongamento, por 1-0.

«Foi um dia inesquecível. Passei a minha carreira sempre a trabalhar duro, com esforço. Comecei de baixo e fazer um jogo do Europeu aos 32 anos é uma emoção grande, inesquecível, e que dá força para continuar e para lutar pelo meu sonho e de todos os portugueses», revelou, antes de recordar os momentos que antecederam a partida: «São emoções difíceis de gerir. Por muita experiência que tenhas, é sempre difícil digerir. O coração bate forte, pensas em tudo. Tens de gerir, acalmar-te porque tens um trabalho a fazer. Estar aqui é um sonho para todos os jogadores.»

Será que no início da carreira o defesa acreditou que poderia chegar a estes grandes palcos. «Acreditei, sempre tive esse objetivo, por muito que não acreditam. Tomei a decisão de ir para o Championship, e muitas pessoas não perceberam. É um campeonato difícil e competitivo, mas que me fez crescer muito, a nível físico e de agressividade. Tomei outra decisão mais difícil depois que foi ir para a III divisão, mas foi com noção de que chegaria mais rápido com o Southampton à Premier League. Em três anos e subida atrás de subida, estava lá. Tornei-me um jogador melhor, jogando com jogadores melhores e sendo treinado por treinadores de grande qualidade. Chegar a um Euro e assimilar tudo o que me aconteceu no passado, é um momento de orgulho e emocionante.»

Fonte não está preocupado por só ter atingido este patamar já perto do final da carreira. «Mais vale tarde do que nunca. Tenho a noção de que quando se joga nas divisões inferiores é mais difícil entrar no lote dos selecionados. Assim que cheguei à Premier League, e passado o primeiro ano de adaptação, senti que podia ajudar. Não fui selecionado. Respeito e sempre respeitei as decisões, há grande qualidade no centro da defesa da Seleção. Tentei aumentar os jogos jogados, os números e a experiência, e esperar que a oportunidade chegasse. O mister Fernando Santos deu-me a oportunidade de cumprir um sonho e estou-lhe eternamente agradecido.»

O central aponta ao título europeu, aquele que pode ser o primeiro da sua carreira. «Ainda não ganhei nenhum título de grande importância, se algum dia ganhar não seria mau começar por aqui. Acredito e tenho esperança que nós, como grupo e nação, temos força e energia para consegui-lo. Passo a passo, com os pés bem assentes, vamos tentar ultrapassar os obstáculos que surgirem, mas que tenho grande crença tenho.»