*Enviado-especial ao Euro 2016

Fernando Santos está confiante que Portugal estará na final de 10 de julho, em Paris. Primeiro há que bater Gales, esta quarta-feira, em Lyon, e não poupou nos elogios à seleção britânica. 

«A História temos de a escrever nós. Estamos no presente. Temos uma História bonita e não só no futebol. A História é importante para os povos, para as pessoas, para a guardarmos, mas queremos é escrever História. Temos amanhã um passo de gigante, perante um adversário fortíssimo, mas estamos confiantes, sentimos que temos capacidade para ultrapassar este adversário, de um grau de dificuldade elevado. Com determinação e confiança vamos ultrapassá-lo. Queremos chegar a Paris, é esse objetivo a que nos propusemos», garantiu, não querendo depois avaliar se a partida será ou não a mais importante da sua carreira: «O jogo mais importante deve ser o primeiro de todos. Amanhã será o próximo, e por isso também será muito importante. Cada dia é importante. Seguramente é importante para nós e para os jogadores, é uma meia-final de um Europeu.»

No que diz respeito ao rival, o selecionador repetiu uma ideia que já tinha deixado anterior em conversa com os jornalistas. Gales não pode ser reduzida a uma equipa de kick and rush: «Procurámos estudar bem o nosso adversário, a sua apresentação estratégica. É um rival com grande qualidade técnica. Um dos treinadores que mais marcou a minha carreira foi Jimmy Hagan, durante três anos. É uma equipa que apresenta a qualidade da escola inglesa, ao nível da técnica de passe, da receção e do movimento. Gales tem isso e algumas outras características diferentes. Procurámos estudá-los para tentar vencer.»

Santos saiu mesmo em defesa do rival. O treinador quer que seja dado mérito a Gales por ter chegado onde chegou. «Gales tem feito um campeonato fantástico. Num grupo dos mais equilibrados ficou em primeiro lugar, ganhou a um dos principais favoritos, que está em primeiro no ranking mundial. E não ganhou de uma forma qualquer ganhou por 3-1. O meu colega, o Coleman, está a fazer o jogo dele. Não acho que Gales seja favorito, acho que sim que duas equipas enormes se vão defrontar e acredito que Portugal vai ganhar.»

O selecionador desvalorizou as ausências do lado do adversário e deixou a sua opinião sobre os castigos por acumulação de amarelos nos jogos a eliminar. «Davies e Ramsey não estarem não é notícia. A partir do momento em que viram o amarelo, quer nós com o William quer o selecionador galês com esses dois sabíamos que não podíamos contar com eles. Com pena para o espetáculo, porque deviam jogar todos. Não faço regras, mas se fizesse… Na fase de grupos tudo bem, nesta fase, à exceção dos vermelhos, não deviam ser penalizados, depois de todo o esforço que fizeram durante o Campeonato.»

Fernando Santos acha que Portugal e o País de Gales vão entrar também num plano de igualdade no aspeto físico. «Se compararmos, Gales tem menos um dia de descanso. Nós fizemos 120 minutos em dois jogos seguidos e isso é pesado para qualquer jogador, mas tivemos tempo para recuperar bem. Não há nenhum jogador aqui no Campeonato da Europa que esteja a cem por cento. Estão todos no 11.º mês de jogos consecutivos, é normal que não estejam a 100 por cento. Acredito que se vão apresentar bem as duas equipas, e Portugal bem fisicamente.»

O apoio sentido em Paris voltou a ser tema. «Tem sido fantástico o apoio dos nossos… apoiantes. A palavra certa é essa. Não é emigrantes, é apoiante. Têm sido fantásticos. Estão lá quando saímos e entramos de Marcoussis, quando entramos e saímos dos estádios. Há muita gente que não vai a casa há muitos anos ou já nasceu aqui e sente essa ligação patriótica connosco. Isso dá-nos mais força. Vai contagiar-nos porque amanhã temos de dar 110 ou 120 por cento.»

No que diz respeito ao jogo decisivo de dia 10, no Stade de France, não há preferência por Alemanha ou França. «Quero é estar na final! Não estou preocupado com o adversário.»