Apesar de garantir que sempre acreditou que a Seleção Nacional poderia conquistar o título de campeão europeu, Nani confessou que vacilou um pouco quando soube que o adversário da final em Paris seria a França.

«Fiquei um bocadinho inseguro. Não era bem a equipa que eu queria. Eles estavam muito bem. Nós podíamos ter hipótese, mas eles estavam muito fortes. Jogavam em casa, tinham o apoio do público, estavam motivados, tinham feito bons jogos e tinham marcado muitos golos e isso deixou-me um pouco apreensivo», referiu numa extensa entrevista à revista da Federação Portuguesa de Futebol.

Nani referiu que o discurso de Fernando Santos numa palestra acabou por fazer a diferença. «O mister disse-nos: 'Eles andam a dizer que estamos com medo, que já está ganho, que nós não valemos nada, já compraram o autocarro e já andam a celebrar, mas não, não, não! Eles não nos vão ganhar e nós não vamos perder.' Quando o mister disse isto eu ganhei mais confiança», revelou.

O extremo do Valência admitiu ainda que o clima de extrema confiança dos franceses nos dias que antecederam a final também contribuiu para dar mais confiança à equipa das quinas. «Por um lado, tu pensar: 'Eles estão muito confiantes, estão a jogar bem', mas por outro lado pensas: 'então mas ainda nem jogaram e já acham que está ganho? Nós somos alguém, somos uma equipa, temos a nossa qualidade, vocês não têm o direito de nos humilhar sem sequer termos jogado.» «Depois reunimo-nos e dissemos: 'Eles não nos vão ganhar. Nem pensar'. Fizemos a nossa reunião de jogadores e dissemos: 'Malta, já nos estão a dar como vencidos... Nós vamos surpreendê-los. Até é bom que eles estejam assim tão confiantes, pode ser que lhes saia o tiro pela culatra'. E saiu», recordou.

Nani referiu que a conquista do Europeu no Stade de France foi a melhor conquista que teve na carreira por ter sido alcançada em representação do país.

Sobre o futuro na Seleção Nacional, o extremo do Valência, agora com 30 anos, diz que vai tentar estar disponível para representar a equipa das quinas o máximo de anos possível, seja ou não opção para o onze. «Mesmo não jogando, podemos estar a ajudar e isso é o mais importante.»